FRANCISCO ZEBRAL
Ele segue à minha frente e por hoje faz sessenta, faz um verso contundente e nem sei como me aguenta. Eis algumas interações:
Bem poderias ser, sim
Já eu, bom médico, jamais
É que, às vezes, até curo
Porém, adoeço mais
A tudo peso e mensuro
E esqueço que é mais seguro
Navegar que estar ao cais...
(“Poderia Ser Engenheiro”, o Doutor Francisco Zebral. Eu, ser médico, nem a pau!)
Uma alma inquieta
Que sem prévio aviso
Adotou por meta
Desnudar Narciso
Feito um tal felino
Cujo desatino
É por ao espelho um guizo...
(Eu de alma lavada empurrando teu Narciso ao lago.)
"Poema Sujo" ele fez
pra uma suja ditadura
mas preferiu ir de vez
ao ver a podridão pura ...
“ sexagésima segunda trova pós-moderna p/ ferreira gullar in memória”
No labirinto da rua
onde ninguém mais olha ou para
somente a poesia tua
com o Minotauro nos depara ...
(“minotauro”)
Feliz aniversário, doutor!
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