FRANCISCO ZEBRAL

Ele segue à minha frente e por hoje faz sessenta, faz um verso contundente e nem sei como me aguenta. Eis algumas interações:

Bem poderias ser, sim

Já eu, bom médico, jamais

É que, às vezes, até curo

Porém, adoeço mais

A tudo peso e mensuro

E esqueço que é mais seguro

Navegar que estar ao cais...

(“Poderia Ser Engenheiro”, o Doutor Francisco Zebral. Eu, ser médico, nem a pau!)

Uma alma inquieta

Que sem prévio aviso

Adotou por meta

Desnudar Narciso

Feito um tal felino

Cujo desatino

É por ao espelho um guizo...

(Eu de alma lavada empurrando teu Narciso ao lago.)

"Poema Sujo" ele fez

pra uma suja ditadura

mas preferiu ir de vez

ao ver a podridão pura ...

“ sexagésima segunda trova pós-moderna p/ ferreira gullar in memória”

No labirinto da rua

onde ninguém mais olha ou para

somente a poesia tua

com o Minotauro nos depara ...

(“minotauro”)

Feliz aniversário, doutor!

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Stelo Queiroga
Enviado por Stelo Queiroga em 18/01/2020
Reeditado em 18/01/2020
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