85 - Oitenta e Cinco.
Foi ela que esteve na origem da publicação dos meus poemas e que fez questão de escrever o Prefácio do meu primeiro livro. Dava-se inteira aos amigos e gostava de, a cada quinze dias, almoçar ou jantar comigo. Sentada no braço de um cadeirão queria sempre que lhe lesse o último poema, o novo conto. Quando não havia relia um à minha escolha, trabalho sempre recebido como novo, diferente, acutilante. Ela sabia como ninguém lidar com o espírito dos que amava. Escritora e artista plástica, foi sempre uma menina que nunca envelheceu. Ela teria feito em Agosto noventa e nove anos e faz-me falta. Tenho saudades de Maria Almira Medina.