Irmã Dulce
Mesmo não sendo religioso, coisa que nunca fui, devo reverenciar pessoas da qualidade de Irmã Dulce; a Cáritas , do latim , amar ao próximo, colocar-se no lugar do outro , o com pathos , que significa "sentir junto, anda meio fora de moda na feroz sociedade de consumo , a qual prega a malfadada meritocracia, o que supõe um individualismo e insensibilidade frente a quem está ao seu lado, o oposto ao que praticava a honrada religiosa, a qual colocava em prática um Cristianismo atuante , com menos palavras e mais ação in loco; os pobres e doentes estavam ali , urge tomar atitudes; as casas estavm abandonadas; não tinha ninguém morando;havia gente mais necessitada;pois bem, vamos colocá-los lá, mesmo que fira o "sagrado direito à propriedade". Quando era público então, não é "de todos"?; então reivindicava o lugar embaixo da famosa igreja, mesmo o pároco achando que "era feio"para os turistas.
Sem teorizar, tinha noção de que o bem comum se sobrepunha ao interesse individual.
O ser humano é fundamentalmente gregário; a noção de individualidade competitiva surge muito recentemente e é muito dos povos anglo-saxões; nós, povos latinos , não "progredimos" tanto , embora a coisa seja diferente nos dias de hoje, mas nossa cultura é mais de olhar para quem sofre ao seu lado do que outras culturas.
A Cáritas e o amor ao próximo nos levam a olharmos a quem nos pede auxílio , ao invés de ficarmos procurando justificativas para sermos egoístas, como "ele não quer trabalhar" ou"o pai, o tio , o avô" não quis trabalhar. Se alguém agir desonestamente frente a sua ação , ele estará errado, não você, que confiou na honestidade do indivíduo. Por isso prefiro ajudar em loco, o indivíduo em si, não instituições , que no Brasil sempre são suspeitas , e há aproveitadores, os quais devemos reconhecer.