JIRAU DIVERSO nº 20
JIRAU DIVERSO
Nº 20 – outubro.2007
por Enzo Carlo Barrocco
A poesia australiana de Rob Walker
O Poema
Teoria escolhida
Deve ser estranho
preferir viver
na imundice e embrulhado em folhas
plásticas
Escolhendo restos
de alimentos
sobre montes de lixos
trazidos pelos caminhões,
e vendendo sacos plásticos
de shopping para reciclagem.
Deve se estranho
preferir morrer
assim tão jovem.
Tradução: Guilhermo Favaro Pez
O Poeta
Rob Walker, australiano de Adelaide, poeta, no convés da fragata desde 1953, tem poemas publicados em jornais, em antologias poéticas e em diversos sites na Internet. Tem, também, publicado seus trabalhos por outros meios em vários países, tais como: Inglaterra, Nova Zelândia, Irlanda, Canadá e Estados Unidos. Seus poemas foram incluídos na antologia “Os Melhores Poemas Australianos”, publicada em 2005. Walker também ensina música e dramaturgia em uma escola primária da cidade de Adelaide.
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ESTANTE DE ACRÍLICO
Livros Sugestionáveis
O Brilho da Supernova – A Morte Bela de Carlos Gomes (ensaio)
Autor: Geraldo Mártires Coelho
Edição: Agir / UFPA.
Geraldo relata aqui a morte e as exéquias do maestro Carlos Gomes, autor da Ópera O Guarani, falecido em Belém. Um texto prolixo, mas de grande valor histórico.
O primo Basílio (romance)
Autor: Eça de Queiroz
Edição: Editora América do Sul Ltd.
Eça retrata neste romance a burguesia lisboeta do final do século XIX com todos os seus requintes e costumes. Uma história deliciosa saída da mente genial dosse romancista português.
A Alma Inquieta (Poesias)
Autor: Olavo Bilac
Edição: Martin Claret – SP
O maior nome do parnasianismo brasileiro cantando o amor, a saudade, a mulher, a natureza. Alguns belos sonetos. A alma parnasiana vibrando no peito de um dos nossos melhores poetas.
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A FRASE DI/VERSA
Eu hoje queira fazer um poema / com pena dos versos de chumbo que faço, / e faria um poema voando tão leve, / um poema de éter, um poema de pássaro...
. Alceu Valença (São Bento do Uma 1946) cantor e compositor pernambucano
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DA LAVRA MINHA
MANHÃ DO CÍRIO
Enzo Carlo Barrocco
O sol acende
as rosas.
A imagem é toda luz;
mãos na corda,
o primeiro movimento da berlinda –
a procissão começa.
Onze anjos espiam
da janela de uma casa.
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