Tributo a Antenor Zago
A alma que antes dava voz
ao trombone
hoje não mais ecoa.
É só silêncio...
An-te-nor era a voz que
gritava pelo pobre.
Incomodava muita gente,
tinha alma nobre,
coração valente,
sensibilidade de poeta.
Era especial, alma de gigante,
um profeta.
Enquanto o universo está em festa
pela chegada de uma estrela,
a terra chora ao som
das cordas do violino,
em lamentação à partida
do artista que lutou bravamente,
sem medo, sem receio.
Botava a boca no trombone,
defensor das causas,
nem sempre perdidas.
As ondas do rádio,
talvez para sempre, estão inertes
e a sua cadeira,
por sua tamanha sabedoria,
ficou vazia na Academia.