PEQUENOS TEXTOS AVULSOS

Prólogo

Recebi de um amigo uma piada e alguns outros textos supostamente escritos por um senhor de alcunha “Zé Preto”. A piada é interessante e bastante hilária. Já os outros escritos são de uma luminosidade e inspiração acima da média. Daí o meu interesse em publicá-los fazendo o politicamente correto, isto é, concedendo os créditos a esse enigmático e talvez incipiente desconhecido escritor.

Posteriormente, pesquisando na “web”, descobri, por acaso, que o pai do paraibano José Gomes Filho (Jackson do pandeiro) era conhecido pelo apelido de "Zé Preto". Coincidência ou não gostaria de lembrar aos diletos leitores que a realidade se baseia, às vezes, na ficção e vice-versa.

Ah! Não me custa informar que na “web” achei outros personagens com essa carinhosa alcunha: “Zé Preto”. Encontrei autodidatas, práticos em Tecnologia da Informação – (TI), políticos, empresários, militares, comerciantes e agricultores; professores, escritores, cientistas, médicos e engenheiros; advogados, doidos assumidos e declarados; poetas sonhadores e visionários. A todos esses desconhecidos dicotômicos quero homenagear com esse insulso trabalho.

LOUCO É DOIDO MESMO

Zé Preto ficou louco de repente. Dizem que Maria Preta, mãe dele, fez uma buchada no capricho e ele comeu demasiadamente e depois foi tomar banho. O coitado já saiu do banheiro batendo muito forte com a cabeça nos armários da cozinha e outros móveis (fogão, geladeira, micro-ondas etc.) nas proximidades e dizendo palavras num idioma que ninguém entendia.

Praguejamentos, gritos e palavrões eram ouvidos pelos vizinhos até que alguém ligou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192). Internaram o infeliz numa clínica para esquizofrênicos, mas com uma semana de internação ele planejou uma fuga espetacular já para o sábado seguinte.

Junto com outros supostos desequilibrados Zé Preto treinou durante toda a quarta-feira pulando o muro do nosocômio. Pulava para fora e voltando. Treinaram até a exaustão para ficarem ágeis e espertos.

Todavia, na sexta-feira choveu muito em Campina Grande. Na madrugada do sábado, dia da tão treinada e ansiada fuga, Zé Preto foi o escolhido pelos outros comparsas para perscrutar a vigilância e saber se dava ou não para fugirem.

Zé Preto foi inspecionar o ambiente e voltou chorando e muito sujo por causa da lama. “E aí vamos ou não fugir?” – Perguntou um louco de apelido “Lajedo” porque dizia que seu pai era uma rocha. “Não dá... Não. Teremos de adiar nossa fuga para outra ocasião. A chuva derrubou o muro e não poderemos pular!” – Respondeu choramingando Zé Preto. Conclusão: LOUCO É DOIDO MESMO.

ISSO É AMOR!

Ao toque de uma flor, num ritmo sublime da beatitude fraterna, todas as pessoas travadas ou não se tornam poetas do amor.

Observamos que o amor é uma dádiva possível de ser modificado, moldado, segundo a sensibilidade de cada ser apaixonado que for.

Até o semianalfabeto, às vezes, considerado louco Zé Preto é capaz de escrever no tecido leve da natureza, à semelhança de um bordado pela imaginação criativa, palavras libertadoras do medo, da culpa e da dor... Isso é AMOR!

VIVA O QUE AINDA NÃO QUIS VIVER

Queira de espontânea vontade viver momentos de felicidade e alegria ao lado de quem sabe de suas necessidades. Entregue-se sem receios a quem conhece seus anseios, fantasias, medos e frustrações.

Deixe-se possuir na plenitude de seu desejo pelo seu prazeroso e enigmático algoz para aniquilar tudo o que não conhece do prazer da vida. E quando você desencarnar descobrirá que viver intensamente o presente, nesta dimensão, terá sido apenas como um estágio para a felicidade plena do porvir.

APROVEITE O DIA

“Carpe diem” é uma expressão em latim que significa "aproveite o dia". Essa é a tradução literal, e não significa aproveitar um dia específico, mas tem o sentido de aproveitar ao máximo o agora, apreciar o presente.

Aproveitar a vida é desfrutar os prazeres do momento em que se vive. Esta expressão tem o objetivo de lembrar que a vida é breve e efêmera e por isso cada instante deve ser aproveitado com parcimônia, com extremada responsabilidade fraterna e socioeconômica.

Os mais antigos dizem que "o amanhã a Deus pertence". Por conta disso Zé Preto mais do que ninguém sabe e ensina: “Nada mais vale do que o dia de hoje porque o amanhã está longe do seu alcance!”.

Assina: Zé Preto.

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NOTAS REFERENCIADAS

– Textos livres para consulta supostamente escritos por Zé Preto;

– Assertivas dos autores que devem ser consideradas circunstanciais e imparciais.