A Grande Família - Recepção da crítica
A série foi lançada cercada de expectativas pelo público e pela crítica especializada, porém a série foi considerada apenas um "remake", por parte da crítica, enquanto Os Normais era a "novidade". Essa situação foi mudando com o tempo, e a série da família Silva começou a cair no gosto do público e da crítica sendo considerada como "melhor programa humorístico da televisão". Após o primeiro episódio da série, Alessandro Giannini da revista ISTOÉ Gente lançou um texto em que dizia o "remake colorido não ter o mesmo sabor do original em preto e branco". No ano seguinte, já na segunda temporada, a série já mostrava ter fãs e identidade própria, o que começou a mudar a opinião dos críticos. Leila Reis d'O Estado de S. Paulo, elogiou a capacidade da série perceber que tem um "público com inteligência para consumir um humor que prescinde de apelações e dos jargões preconceituosos". Ainda elogiou a equipe e a capacidade de conseguir falar para todas as idades. Artur Xexéo, do O Globo, disse que a série era "fenômeno" e que tinha empatia com o público. Mas isso foi após receber e-mails de espectadores que, em sua maioria, queriam que a série da família Silva fosse lembrada em sua coluna. Dalmo Magno Defensor, jornalista do UOL, disse que o humor inteligente da série se aproxima ao de Seinfield e ao de Os Simpsons, completando ainda que "mesmo o mundo mais engraçado, para parecer humano, tem de levar uma pitadinha de melancolia", sobre um fim triste de um episódio, mas que vale para os momentos de reflexão que a série possui. Silvia Chiabai, do Observatório da Imprensa, criticou o humor brasileiro, mas elogiou a série dizendo ser "o melhor programa de humor da TV brasileira", dando destaque aos protagonistas, coadjuvantes e aos roteiristas, completando a crítica com um "A grande família é o Brasil para brasileiros". Bia Abramo, da Folha de S. Paulo, reclamou do roteiro, dizendo que no desenvolvimento ele perde ritmo e que os "diálogos poderiam ser mais ácidos, mais inteligentes, mais críticos". Contudo, tempos depois ela elogiou os atores, o roteiro, a evolução dos personagens, o fôlego das temporadas e a capacidade de ousar, o que para ela é bem complexo visto que muitos programas no Brasil e no mundo não conseguem fazer isso, o que a jornalista acaba comprovando ao fazer uma crítica ao humor da Globo no ano de 2008 dizendo que a série "mesmo depois de tantos anos no ar, mantém a qualidade e o frescor". Nas temporadas seguintes a série continuou recebendo opiniões, em sua maioria positivas. Na décima temporada, José Armando Vannucci da Rede Jovem Pan elogiou a série, dizendo ter um "bom texto, elenco de primeira e cenas excelentes para todos as personagens" dando a esses elementos o crédito do programa representar a anos os melhores índices da linha de shows da Globo. Na décima primeira temporada, Renato Kramer, da Folha de S. Paulo, não apenas chamou a série de "clássico", como também elogiou a participação de Laura Cardoso na série como a mãe de Lineu. Segundo ele, a atriz somou com o resto do elenco e enriqueceu os episódios.
No lançamento da décima segunda temporada, Ubiratan Brasil d'O Estado de S. Paulo comentou que a série mudou para ter mais "fôlego", mas não sabia se as novidades iriam agradar o público, já que a temporada tinha começado em um tom mais sério e sombrio. Entre as críticas mais pesadas, Odair Braz Junior, crítico do portal R7 da Rede Record, acredita que a série "já passou da hora de acabar", dizendo que os personagens estavam descaracterizados. Murilo Melo do jornal A Tarde, acredita que a fórmula da série "vem mostrando sinais de cansaço" e que "o roteiro está nitidamente sério, com desfechos bruscos e estranhos". Patrícia Kogut d'O Globo, acreditou que mexeram na "essência" da série, porém a mesma elogiou a série tempos depois ao comentar a inteligência dos autores ao abordar um tema em um episódio, dizendo que o texto "foi um show de boa exploração da metalinguagem misturada a humor refinado e sem pompa". Outros elogios à série vieram de Fernando Oliveira, colunista da iG, que chamou a série de "programão", de "fenômeno da TV brasileira" e creditou à polêmica da briga nos bastidores, entre Guta Stresser e Pedro Cardoso, como uma amostra de que o público não quer o fim da série. Tony Goes da Folha de S. Paulo, comparou a série brasileira à animação Os Simpsons. Para Maurício Stycer, a série é exemplo para quem "sonha em fazer comédia de situação, a chamada sitcom, no Brasil" e ainda disse que a série mudou, mas sem mexer na sua estrutura. Oton Tássio Silva Luna, do Observatório da Imprensa disse que a série não foi tão imparcial ao abordar o tema do mensalão.
Com a estreia da décima terceira temporada, mais críticas positivas foram recebidas. O retorno de todos os personagens reunidos na mesma casa, dando um ar nostálgico, foi apontado pelo jornalista Wallace Carvalho, que ainda disse que "estava lá a velha e boa confusão de sempre" e ainda garante que a série tem tudo para conseguir mais temporadas. Tony Goes da Folha de S. Paulo, classificou o primeiro episódio da temporada como "um dos melhores episódios de todos os tempos" e acredita que a série tem "fôlego para muito mais", colocando no título de sua crítica que a série "poderia ficar no ar para sempre". José Armando Vannucci da Rede Jovem Pan elogiou o texto dizendo que foi aproveitado a polêmica das brigas nos bastidores para o tema do episódio inicial. Ainda elogiou a equipe dizendo que ela está atenta "aos desejos do telespectador" ao reunir todos os personagens e assim fazer o público rir. O site Cena Aberta, não apenas colocou o programa como um dos melhores da semana, como também acredita a série ser um produto que "sabe se reinventar e, a cada ano, gerar um novo frescor", o que considera "uma façanha para um produto que já está há doze anos no ar". O site ainda acrescentou que o programa é um produto que "quando você pensa que está começando a dar sinais de que precisa ser encerrado, dá a volta por cima e deixa no ar a dúvida: encerrar pra quê?" O site também elogiou a homenagem que a série prestou ao Rogério Cardoso dizendo que a "produção conseguiu se manter e se renovar ao longo dessa década" mesmo sem o ator. José Armando Vannucci também elogiou a homenagem feita ao Rogério Cardoso, dizendo que a série "é a prova de que homenagens são necessárias e podem acontecer com clima descontraído e humor, longe dos tons solenes que acreditavam ser o ideal para estas ocasiões". Entretanto, o mesmo crítico fez duas críticas negativas, em uma dizendo que faltava humor e de que a série estava morna, enquanto na outra ele acreditava, graças a um único índice de ibope baixo, que a série dava sinais de que iria acabar. Já Wallace Carvalho, considerando os demais números da temporada, fez uma crítica dizendo que a série "ainda tem fôlego para mais algumas temporadas" e que a possibilidade da série terminar em sua décima quarta temporada "será uma baixa pesarosa para o canal e para o telespectador". Ele ainda elogiou os roteiristas por terem conseguido corrigir os erros da temporada anterior e que na atual fase eles estariam "dando um verdadeiro show nas histórias criadas". A série terminou a décima terceira temporada sendo elogiada pelo público e crítica. O site Cena Aberta colocou a série mais duas vezes no TOP 5 da semana, em um dizendo que "a temporada tem sido repleta de boas sacadas", elogiando o episódio da volta ao passado de Agostinho e no outro elogiando o final da temporada. Final que ainda foi elogiado pelo seu cliffhanger e encerrou a crítica dizendo que a série é um "caso raro de atração televisiva que segue no ar mantendo a qualidade".
"Nota 10: Para “A grande família”, pelo conjunto da obra. Nos 14 anos em que ficou no ar, o seriado colecionou acertos: texto inspirado, figurino, cenografia etc. Sem falar naquele elenco maravilhoso — Marco Nanini, Marieta Severo, Pedro Cardoso, Guta Stresser, Lúcio Mauro Filho, Tonico Pereira, Marcos Oliveira e Evandro Mesquita — e nas participações inesquecíveis, como as de Andréa Beltrão, Rogério Cardoso e Maria Clara Gueiros. Vai deixar muitas saudades."
- Patricia Kogut.
Antes da estreia da décima quarta, e última, temporada, a colunista Silvaninha Medeiros elogiou a série dizendo que "o argumento não se perde e isso é fundamental para se manter o sucesso e a audiência", e que a série é perfeita com sua linguagem simples e bom humor sem apelações. Os primeiros episódios da última temporada foram elogiados pelo jornalista Jorge Brasil que destacou o fôlego do roteiro e a mistura de saudosismo e humor. O cenário da série foi elogiada, com a crítica do Tribuna do Norte dizendo que "reproduz com preciosismo os mínimos detalhes de uma casa do subúrbio carioca". O site Cena Aberta, apesar de dizer que teve "falta de graça" no último ano, elogiou por ainda ter momentos "incríveis" como o da homenagem a Ariano Suassuna. Geraldo Bessa do site O Tempo disse que apesar de nos últimos quatro anos o roteiro ter ficado repetitivo e desinteressante, o último ano foi instigante, "com episódios tão bons quanto os dos primeiros anos", elogiando inclusive o elenco. Mauricio Stycer fez uma lista de razões pela qual o público sentiria falta da série, elogiando elenco, figurino, personagens, roteiristas, diretores, entre outros:"Você pode ter gostado mais de uma determinada temporada ou de outra, ter um ou outro episódio favorito, mas é preciso reconhecer que raras séries conseguiram manter um padrão de qualidade tão alto ao longo do tempo". Gabriel Priolli, do Estado de São Paulo, ressaltou que o produto consegue juntar elementos que raros programas conseguem:"alta qualidade artística, sintonizada com o gosto popular". O jornalista ainda destacou que a série mostrou a "classe C" antes do termo ser existido, que os atores dessa versão superaram a da versão antiga e aposto que, no futuro, a série retornará para mostrar a um público novo, e antigo, como uma sitcom de humor do Brasil é tão boa quanto a uma estrangeira. Cleomar Santos, do TV Foco, enalteceu a série por ela retratar a família com seu calor humano, sem necessidade de "tecnologia" para trama ser interessante, encerrando o seu texto sem "dizer adeus" mas um "até logo". Patrícia Kogut, do O Globo elogiou o histórico de sucesso, falando que terminou no auge e deu algumas explicações para isso: a identificação do telespectador com os defeitos e qualidades dos personagens; o elenco muito bem escolhido e a capacidade dos autores em andar com a narrativa, mostrando a evolução dos personagens. Segundo Thales de Menezes, do Folha de S.Paulo, a segunda versão "é caso raro de um remake que supera o sucesso do programa original". Para Thiago Forato, do NaTelinha, o seriado chegou ao fim no tempo certo, pois caso prolongasse, a série poderia "perder sentido" de sua existência na TV. Para Patrícia Villalba a série sai da TV para entrar para a história, completando essa ideia ao dizer que o projeto possui "identidade visual forte do subúrbio mas que, no fim das contas, é unida por sentimentos universais".
Após o último episódio, todas as críticas parabenizaram o desfecho da série. Fernando Oliveira, do R7, gostou da finalização e considerou como acertada o fim da trama, pois não tinha para onde andar com os personagens. Mesmo sem acompanhar a série, Jorge Brasil, da revista Contigo, considerou o episódio genial e considerou o fim "maravilhoso e digno". Lucas Félix, do NaTelinha, considerou o fim de "altíssimo nível" graças ao seu humor, elogiou a inovação que a série teve, que não a deixou ultrapassada e finalizou dizendo que "se a última impressão for a que ficar, essa família muito unida e também muito ouriçada vai deixar um vazio em nossas noites de quinta". Mauricio Stycer, do UOL, elogiou o final metalinguístico, dizendo que o propósito foi de "deixar claro que nenhum ator seria capaz de dar conta da tarefa tão bem quanto os profissionais que encarnaram os personagens de “A Grande Família” por 14 temporadas", considerando o episódio como um "final glorioso" com homenagem inteligente. Marco Antonio Junior, do site série maníacos, elogiou: a evolução dos personagens no decorrer das temporadas; a identificação que os telespectadores tiveram ao longo dos anos com os personagens e o episódio que fez com que a família da ficção passasse pela mesma experiência do público: a de se ver representada na TV. Jeferson de Sousa, do Yahoo, acredita que a série possui: "texto afinado e direção correta"; "olhar sensível para as questões do cotidiano" e boa audiência casada com uma boa dramaturgia, o que ele considera raro. Paulo Moreira Leite, do site Entre Fatos, considera que, ao contrário de outras atrações, o fim da série é "um fato a se lamentar", acreditando que a TV brasileira "ficará mais pobre, do ponto de vista cultural". Endrigo Annyston, crítico do site RD1, disse que a despedida "surpreendeu positivamente, emocionou e divertiu", considerou genial e que o programa "sai do ar, mas entrou para a história da TV e jamais será esquecida". Para Fabio Maksymczuk, o fim da série deixa um público "órfão de Lineu, Nenê e família" após anos de um produto com estabilidade, o que hoje em dia é difícil pela TV possuir uma programação "volátil e superficial".
Paulo Henrique Lima acredita que a série terminou no momento certo e deixando um ensinamento como legado:"É possível viver em paz e harmonia com o próximo, aceitando e respeitando o mesmo como ela (a) é". Para Sergio Santos, a série terminou de maneira primorosa, não podendo ser feito um final diferente do qual foi exibido. Meire Kusumoto, colunista da Veja acredita que os autores acertaram ao admitir "que o êxito do seriado é fruto do retrato fiel que a história pintou da classe C emergente", considerando a cereja do bolo quando, na última metalinguagem do episódio, os personagens assistiram a estreia de seu programa, na ficção, no último episódio, na vida real. Para Ticiana Farinchon, o fim não poderia ter sido melhor, elogiando a identificação que a série tinha com o público, o que muitas atrações não conseguem e considerando o episódio como "uma aula de televisão", com detalhes "milimetricamente pensados" para homenagear equipe e para deixar o público com saudades. Janaína Nunes, do site Yahoo, colocou a atração entre os melhores da semana dizendo que "vai fazer falta". Cleomar Santos, do TV Foco, se emocionou com a história, com a qualidade dos atores e redatores, dizendo que eles tiveram "preocupação com o que deve ser mostrado para uma família que desfruta de alguns minutos para relaxar com os seus na sala". Cleyton Santos, do site Quem Te Viu Quem TV, considerou como insubstituíveis o elenco principal da série. Cristina Padiglione, do Estado de São Paulo, elogiou a equipe dizendo que "tudo funcionava como uma orquestra", caiu em elogios em relação ao roteiro de qualidade e a duração do episódio, por não ter sido muito longa como as novelas que demoram para serem concluídas. Cristina finalizou sua crítica dizendo que o "show se consumou com aplausos". Wallace Carvalho, do MSN Entretenimento, classificou como um "desfecho triunfal após uma temporada marcada pelo saudosismo", elogiando ainda o simbolismo de a série terminar "como se fosse um novo começo", dando esperança de um possível retorno da série no futuro.