A Morte de Kurt Cobain

Após uma parada da turnê com um show no Aeroporto de Munique-Riem, na Alemanha, em 1 de março de 1994, Cobain foi diagnosticado com bronquite e laringite. Ele viajou para Roma no dia seguinte para tratamento médico, e encontrou-se com sua esposa em 3 de março. Na manhã seguinte, quando Love acorda, percebe que Cobain teve uma overdose de uma combinação de champanhe e Rohypnol. Cobain foi, imediatamente, levado para o hospital, e passou o resto do dia inconsciente. Após cinco dias no hospital, Cobain foi liberado e voltou para Seattle. Love disse que o incidente foi a primeira tentativa de suicídio de Cobain.

Em 18 de março, Love telefona para a polícia para informá-la que Cobain era um suicida e que tinha se trancado em um quarto com uma arma. A polícia chegou e confiscou várias armas e uma garrafa e pílulas de Cobain, que insistiu que não era um suicida e que tinha se trancado no quarto para esconder-se de Love. Interrogada pela polícia, Love disse que Cobain nunca tinha mencionado que ele era um suicida e que ela não tinha o visto com uma arma.

Love consegue organizar uma intervenção sobre o uso de drogas de Kurt, no dia 25 de março. As dez pessoas envolvidas na intervenção incluíam amigos do músico, executivos da gravadora, e um dos amigos mais íntimos de Kurt, Dylan Carlson. A intervenção não teve sucesso inicialmente, com uma explosão de raiva, insultos e desprezo de Cobain sobre os participantes. Logo depois, o músico tranca-se no quarto do andar de cima. No entanto, até ao final do dia, Cobain tinha concordado em submeter-se a um programa de desintoxicação. Cobain chegou ao Centro de Recuperação Exodus, em Los Angeles, na Califórnia, em 30 de março. Os funcionários do estabelecimento não sabiam do histórico depressivo de Kurt e de suas tentativas anteriores de suicídio. Quando visitado por amigos, não havia nenhuma indicação para eles de que Cobain estava em qualquer tipo de estado negativo ou suicida. Cobain tinha passado o dia conversando com seus conselheiros sobre o seu vício de drogas e problemas pessoais, e brincou com sua filha Frances durante sua visita, o último dia em que ela veria seu pai.

Na noite seguinte, Kurt saiu para fumar um cigarro. Em seguida, pulou um muro de seis metros de altura para deixar a instalação (no início do dia, Kurt havia dito, em tom de brincadeira, que seria estúpido tentar pular o muro). Ele pegou um táxi para o aeroporto de Los Angeles e voou de volta para Seattle, em um voo onde sentou-se ao lado do na época baixista da banda Guns N' Roses, Duff McKagan. Mesmo após a animosidade entre Nirvana e o Guns N'Roses, e a animosidade pessoal do próprio Cobain em relação ao vocalista Axl Rose, Kurt Cobain "parecia feliz" em ver McKagan. McKagan diria, mais tarde, que ele sabia com "todos os meus instintos que algo estava errado." Ao longo dos dias 2 de abril e 3 de abril, Cobain foi visto em diversas localidades ao redor de Seattle, mas a maioria de seus amigos e familiares não tinha conhecimento de seu paradeiro. Em 3 de abril, Love contactou um detetive particular, Tom Grant, e contratou-o para encontrar Cobain. Kurt não foi visto em 4 de abril. Em 7 de abril, em meio a rumores de que o Nirvana iria se separar, a banda saiu do festival de música anual de Lollapalooza.

Casa onde Kurt Cobain morreu em Seattle, nos Estados Unidos

Em 8 de abril de 1994, o corpo de Cobain foi descoberto em sua casa no bairro de Denny-Blaine, em Seattle, por um eletricista que tinha chegado para instalar um sistema de segurança. Apesar de uma pequena quantidade de sangue que saía da orelha de Cobain, o eletricista relatou não ter visto qualquer sinal visível de trauma e, inicialmente, acreditava que Cobain estava dormindo até que viu a arma, uma espingarda Remington apontada para o queixo. Uma nota de suicídio foi encontrada, dirigida ao amigo imaginário de infância de Cobain, chamado "Boddah", que dizia, em parte: "Eu não tenho sentido a excitação de ouvir nem de criar música, ou de realmente escrever... já há muitos anos". Uma alta concentração de heroína e vestígios de Valium foram encontrados em seu corpo. O corpo de Cobain tinha ficado deitado lá por dias, o relatório do legista estimou que Cobain tinha falecido em 5 de abril de 1994.

Uma vigília pública foi realizada para Cobain em 10 de abril em um parque no Seattle Center, atraindo cerca de sete mil pessoas em luto. Mensagens pré-gravadas por Krist Novoselic e Courtney Love, eram tocadas no memorial. Love leu trechos do bilhete suicida de Cobain para a multidão, chorando e culpando Cobain. Perto do final da vigília, Love chegou ao parque e distribuiu algumas roupas de Cobain para aqueles que ainda permaneciam. Dave Grohl diria que a notícia da morte de Cobain foi "provavelmente a pior coisa que aconteceu comigo na minha vida. Lembro-me de que, no dia seguinte, acordei e fiquei de coração partido por ele ter ido embora. Eu apenas senti, 'Ok, então eu tenho que acordar hoje e encarar mais um dia, e ele não'." Dave sabia que Cobain iria morrer cedo, e disse que "às vezes, você simplesmente não pode salvar alguém de si mesmo", e "de certa forma, você já se prepara emocionalmente para quando isso se tornar realidade".[102] Dave Reed, que, por um curto período de tempo, foi o pai adotivo de Cobain, disse que "ele tinha o desespero, não a coragem, de ser ele mesmo. Depois que se faz isso, você não pode estar errado, porque você não pode estar errado quando as pessoas te amam por você ser você mesmo. Mas para Kurt, não importava que outras pessoas o amassem; ele, simplesmente, não amava a si mesmo o suficiente."

Uma cerimônia final foi marcada para Cobain por sua mãe em 31 de maio de 1999, que contou com a presença de Courtney Love e de Tracey Marander. Com um monge budista cantando, sua filha Frances Bean espalhou as cinzas de Cobain no riacho McLane, em Olympia, a cidade onde ele "tinha encontrado a sua verdadeira musa artística."

Até hoje, há controvérsias sobre a causa da sua morte. Tom Grant, o detetive contratado por Love, descobriu que a nota de suicídio, em certas partes, tem uma letra diferente da de Cobain, e também não possui suas digitais. A arma encontrada também não possui as impressões digitais de Kurt. Cobain também possuía uma alta concentração de heroína no sangue, três vezes uma dose letal, mesmo para um grande viciado, fazendo com que ele não tivesse força o bastante para poder puxar o gatilho em sua tentativa de 'suicídio', afirmou Tom; ele acredita que não foi suicídio, e sim um assassinato, e que Love possa estar envolvida pois, ela ficou três dias fora de casa enquanto Cobain se 'suicidava'. O filme Soaked in Bleach, baseado neste argumento e prometendo esclarecer todas as dúvidas sobre a morte do artista, foi lançado em 11 de junho de 2015.

Em 2014, vinte anos depois do suposto suicídio do vocalista do Nirvana, o pai de Courtney Love disse que pode ter sido a filha a premir o gatilho. "Ela seria bem capaz disso", assegurou.

Vinicius Moratta
Enviado por Vinicius Moratta em 17/08/2019
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