Crenças e estilo literário De Jorge Amado

Amado era um praticante da Umbanda e do Candomblé – religião esta última na qual exercia o posto de honra de Obá de Xangô no Ilê Opó Afonjá, do qual muito se orgulhava. Amigos que Amado prezava no Candomblé eram as mães-de-santo Mãe Aninha, Mãe Senhora, Mãe Menininha do Gantois, Mãe Stella de Oxóssi, Olga de Alaketu, Mãe Mirinha do Portão, Mãe Cleusa Millet, Mãe Carmem e o pai-de-santo Luís da Muriçoca.

Como Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz, José Américo de Almeida, José Lins do Rego e Graciliano Ramos, Amado representava o modernismo regionalista (segunda geração do modernismo).

Em sua atuação literária apresentou duas fases distintas: primeiramente de claro cunho social e político, que podem ser vistas em obras como O País do Carnaval, Cacau, Suor, Jubiabá, Capitães de areia e Os subterrâneos da liberdade, entre outras. Já em obras como Gabriela, cravo e canela, Dona Flor e Seus Dois Maridos, Tenda dos milagres, Tereza Batista cansada de guerra e Tieta do Agreste, pode-se ver um aspecto mais regionalista, segundo opinião do professor, crítico e historiador de literatura brasileira Alfredo Bosi:

Na última fase abandonam-se os esquemas da literatura ideológica que nortearam os romances de 30 e de 40; e tudo se dissolve no pitoresco, no 'saboroso', no 'gorduroso', no apimentado do regional.

Traduções das obras

A obra de Jorge já foi editada em 55 países, e vertida para 49 idiomas: albanês, alemão, árabe, armênio, azeri, búlgaro, catalão, chinês, coreano, croata, dinamarquês, eslovaco, esloveno, espanhol, esperanto, estoniano, finlandês, francês, galego, georgiano, grego, guarani, hebraico, holandês, húngaro, iídiche, inglês, islandês, italiano, japonês, letão, lituano, macedônio, moldávio, mongol, norueguês, persa, polonês, romeno, russo (também três em braille), sérvio, sueco, tailandês, tcheco, turco, turcomano, ucraniano e vietnamita.

Prêmios, títulos e homenagens

O escritor recebeu vários prêmios nacionais e internacionais. Recebeu também graus de Comendador e de Grande-Oficial, nas ordens da Argentina, Chile, Espanha, França, Portugal e Venezuela, Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada de Portugal a 8 de Março de 1980 e Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique a 14 de junho de 1986,[25] além de ter sido feito Doutor Honoris Causa por mais de dez universidades no Brasil, Itália, Israel, França e Portugal. O título de Doutor pela francesa Sorbonne foi o último que recebeu em pessoa durante sua derradeira viagem a Paris em 1998, quando já estava doente.

Foi membro correspondente da Academia de Ciências e Letras da República Democrática da Alemanha; da Academia das Ciências de Lisboa; da Academia Paulista de Letras; e membro especial da Academia de Letras da Bahia

Em 1961 foi lançado, o livro "Jorge Amado - 30 Anos de Literatura".

Em 1967, a União Brasileira de Escritores (UBE) fez a proposta ao comitê do Prémio Nobel indicado Amado a concorrer ao Nobel de Literatura, porém o próprio recusou. No ano seguinte, torna a fazer a proposta.

Em 2012, o Correio do Brasil lançou o Selo Jorge Amado 100 anos, em homenagem ao centenário de nascimento do escritor, como foi homenageado pela escola de samba Imperatriz Leopoldinense com o enredo Jorge, Amado Jorge.

Em 4 de dezembro de 2014 recebeu (post mortem) da Assembleia Legislativa da Bahia a Comenda de Cidadão Benemérito da Liberdade e da Justiça Social João Mangabeira[nota 1], em razão de sua trajetória em defesa dos interesses sociais, a mais alta honraria do Estado.

Em 2017 foi homenageado pela ciência brasileira ao ter seu nome dado inspiração para batizar uma nova espécie de anfíbio descoberta no território brasileiro, a Phyllodytes amadoi.

Vinicius Moratta
Enviado por Vinicius Moratta em 06/08/2019
Código do texto: T6713736
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