O Cego do Maio
Emerge das páginas da história,
um vulto envolto em bravura.
Salve, José Rodrigues Maio;
Varzim reverencia a tua nobre postura.
Hábeis mãos na trama da rede,
livre espírito, coração valente.
Quantas vidas, num ato abnegado,
por tua coragem foram poupadas.
Atirando-se no mar bravio,
sem temor enfrentando a correnteza,
inspirou os gestos de um povo gentil,
concebê-lo a imagem de vossa grandeza.
Um busto forjado com orgulho,
para glória de um singelo pescador;
medalhas, diplomas, a Torre e Espada,
tributos que comprovam o teu valor.
Em mil, oitocentos e oitenta e quatro,
no céu fez-se soar uma trombeta
e partiu o Cego do Maio,
entre anjos, aclamado em sua última tormenta.
Tantos foram os seus feitos,
que assim está exposto,
no centro da grande praça,
contempla-se o belo rosto.
Como antes, ainda vigia,
com os olhos da grande águia.
Santo seja, benemérito salva-vidas!
Santo seja, glorioso Cego do Maio.