Sarau da morte!

O sarau dos ventos num  redemoinho de miséria

neste vendaval de desgraças

traz, sem piedade, os restos mortais de Augusto que, de Anjo, só o nome bordado na lápide fria  dos ancestrais.

Vive hoje numa evocação colossal  trazido pela medium poeta

o grito fúnebre desse gênio sepulcral no radar das asas dos morcegos, pássaros da estima do poeta da morte, para dizer

da outra dimensão

que o verbo envernizado

pela maestria da palavra maldita e bela sobrevive

na boca cadavérica dela

numa simbiose ritimada

o antiverso, o mármore

O eu dissecado

a "última quimera"

tira da jaula o beijo e a fera.

Lázaro zachariadhes
Enviado por Lázaro zachariadhes em 31/07/2019
Reeditado em 15/05/2021
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