O Cartão da Morte

O Cartão da Morte

Como que caído do céu, surge uma ligação em sua casa e um tentador telemarketing que lhe oferece um cartão de crédito com todas as facilidades, e sem cogitar os possíveis problemas , mais, lhe colocando num lugar de destaque, de forma que tudo será possível, inclusive a solução de todos os seus problemas.- Agora tudo ficará mais fácil, pensa você. Simplesmente, no aceite desta proposta indecente ,onde todos os setores de crédito tem acesso ao sistema financeiro e à vida do contribuinte, esta jogada psicológica duplicará a sua dor de cabeça depois de arrebata-lo, poderá até leva-lo á morte.

Pagando-se no início das faturas tudo certinho, da terceira vez em diante seu limite é aumentado sem que você saiba, e começará a empolgação de que tudo poderá ser pago pelo bem dito. Invadindo o limite do orçamento já não será possível o pagamento total da mesma, que no mínimo, a armadilha, já ali quietinha, lhe pega de jeito produzindo juros e moras.

Existindo a possibilidade de parcelamento da fatura, onde você pagando um valor razoável, o restante se diluirá nas próximas, o que, se você pensar verá que, se não há condições a atual, a posterior acrescida, menos ainda. Há o acordo onde poderá acabar de vez com o seu débito

parcelando o valor total do endividamento e ainda em valores suaves. Por exemplo, se deve cinco mil reais, dará uma entrada de cinquenta reais e em quarenta e seis parcelas de seiscentos reais. Mesmo havendo avisado no momento do recebimento deste maravilhoso presente de que estava desempregado, vibre, porque foi o sistema quem parcelou e não há outro jeito. É pagar ou dever, afinal a culpa é toda sua em ter aceitado essa invasão de privacidade domiciliar, num momento frágil emocionalmente pelos seus comprometimentos financeiros, onde o salário não acompanha a realidade do trabalhador, o desemprego e seu nome é negativado. A fiscalização não existe. O cartão da morte lhe persegue, ligando para você de meia em meia hora e depois, para os seus familiares insistentemente, solicitando indiretamente que você não tenha telefone, que não tenha uma vida privada e nem social, e que seja um prisioneiro enclausurado, sem opções, a não ser roubar, porque emprego, á aquelas alturas, nem pensar, sujo na praça, você não é ninguém.

Aderiu ao convite, agora o problema é seu. O débito passou de cinco mil reais para vinte e sete mil e seiscentos reais. Se você concordar, assume um novo débito e quando não conseguir mais pagar alguma dessas parcelas, a sua dívida vai duplicar. É apenas uma questão de matemática, além do que, se não firmar acordo algum, a inteligência do sistema tratará, sem que você saiba, de automaticamente à sua conta invadir, um chip sigiloso que você tem em seu cartão e negociar por você. Não sei lhe informar se isto se chama democracia ou ousadia, mais o certo é que, o crédito é todo deles e você é a mina.

Autora: Leomaria Mendes Sobrinho

23/07/2019

Leomaria Sobrinho
Enviado por Leomaria Sobrinho em 23/07/2019
Código do texto: T6702795
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