Brasil Tetracampeão No Peito E Na Raça!

A atualidade não é das melhores para a seleção brasileira, mas, há 25 anos, havia motivos para sorrir. Desacreditado no início, o Brasil conquistava no dia 17 de julho de 1994, após uma tensa disputa de pênaltis contra a Itália, seu quarto título da Copa do Mundo, encerrando um jejum que se arrastava desde 1970, por incrível que pareça em uma final, contra a mesma Itália.

O principal jogador na campanha, Romário entrou para sempre na galeria de grandes craques do futebol nacional. O tetracampeonato reservou outras imagens inesquecíveis: a comemoração "embala-neném" de Bebeto, o gol de Branco contra a Holanda e as defesas de Taffarel! .

ESTREIA TRIUNFAL

Romário precisou de 26 minutos para assumir o papel de protagonista do Brasil na Copa. Após cobrança de escanteio, o Baixinho estava bem posicionado na área da Rússia para empurrar a bola para as redes e abrir o placar para uma Seleção que começava desacreditada a campanha nos EUA. O capitão Raí, de pênalti, completou a vitória por 2 a 0.

BEBETO APARECE

Depois da estreia vitoriosa, o caminho clareou para o Brasil. No confronto com Camarões, sensação da Copa de 1990, a Seleção não deu brecha: triunfou com autoridade por 3 a 0. Romário, abriu o caminho, com um gol típico de seu repertório. Márcio Santos ampliou e Bebeto, que assumiria um papel decisivo no tetra, completou o placar. A Seleção já estava classificada para as oitavas de final.

O TROPEÇO

Apesar da vaga garantida, o entao técnico Carlos Alberto Parreira manteve o time titular para o duelo com a Suécia, que definiria o primeiro lugar do grupo. Os escandinavos revelaram-se um adversário complicado e abriram o placar com Kennet Anderson. O Brasil sofreu para buscar o empate, com o veterano goleiro Ravelli brilhando, mas Romário, deixou tudo igual e garantiu a liderança para a Seleção.

INDEPENDÊNCIA BRASILEIRA

A festa estava montada para os Estados Unidos. Anfitriões do Mundial, eles enfrentariam o tradicional Brasil no dia 4 de julho, feriado da independência norte-americana. Cauteloso, Parreira trocou o apagado Raí por Mazinho, para segurar a empolgação. Leonardo foi expulso após desferir uma cotovelada em Tab Ramos aos 43 minutos do primeiro tempo. A sorte da Seleção é que a dupla de ataque funcionou: bola de Romário para Bebeto, que chutou cruzado para vencer Meola, garantir a vitória e se declarar ao companheiro: "Eu te amo!".

O HERÓI BRANCO

A suspensão de Leonardo até o fim da Copa rendeu a Branco a vaga na lateral-esquerda. Em sua primeira partida como titular, o jogador foi decisivo. Com uma bomba em cobrança de falta, aos 36 minutos do segundo tempo, ele garantiu a vitória por 3 a 2 do Brasil. Antes, a Seleção havia começado bem, com gols de Romário e Bebeto, que comemorou fingindo embalar um bebê, em homenagem ao recém-nascido Mattheus. A Holanda reagiu e empatou com Bergkamp e Winter. Mas o dia era de Branco, tanto que nem Romário se atreveu a ficar no caminho da bola que morreria no canto esquerdo de De Goey e levaria os brasileiros às semifinais.

O Brasil novamente tinha pela frente a complicada Suécia, único rival que não havia perdido para a equipe brasileira até o momento. E os escandinavos dificultaram a vida da Seleção, com o folclórico Ravelli fazendo grandes defesas. Mas contar com Romário fez a diferença. O Baixinho compensou os escassos centímetros de altura com um posicionamento milimétrico na área. Entre os dois gigantes zagueiros suecos, que o artilheiro subiu para cabecear o cruzamento perfeito de Jorginho e assegurar a vitória por 1 a 0.

O Brasil estava de volta à final da Copa do Mundo após 24 anos. Curiosamente, o rival era o mesmo de 1970: a Itália. Desta vez, não houve a mesma facilidade dos 4 a 1 construídos por Pelé e companhia. A Azzurra, que tinha a volta do capitão Baresi, conseguiu segurar Romário e Bebeto, mas sofreu com seu craque, Roberto Baggio, que, longe das melhores condições físicas, passou em branco. Pior: isolou seu chute na disputa de pênaltis que definiu o triunfo da Seleção, por 4 a 2, após empate em 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação. Assim, a taça retornava a solo brasileiro, os sufocados gritos de "É Tetra", enfim, puderam sair da garganta dos torcedores.

Vinicius Moratta
Enviado por Vinicius Moratta em 19/07/2019
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