Memórias Da Copa De 1994
Há 25 anos o Brasil conquistava a Copa do Mundo dos Estados Unidos, o quarto título da seleção brasileira. Uma conquista marcante, mas com detalhes que ficaram esquecidos na memória do torcedor.
1) Promoção da Coca-Cola, sonho de ser milionário
A Coca-Cola preparou uma promoção especial que mexeu com o país. A marca de refrigerantes distribuiría 1,5 milhão de URV´s (índice que procurou refletir a variação do poder aquisitivo da moeda na transição entre o cruzeiro real e o real) a quem tivesse, já no dia seguinte à final da Copa, uma tampinha que acertasse os três primeiros colocados.
Várias tampinhas com combinações foram colecionadas e iam caindo em desuso conforme o avançar da competição e eliminação das seleções. No fim, quem tivesse a tampinha com Brasil em primeiro, Itália em segundo e Suécia na terceira posição, seria premiado.
2) Taffarel e o taxista
Um dia depois da final contra a Itália, Taffarel pegou um táxi e foi até um shopping center fazer compras. Na volta, esqueceu dentro do carro uma bolsa com a medalha de campeão do mundo, dois passaportes - dele e da esposa - e 60 mil dólares em espécie.
Desesperado, o goleiro herói procurou a polícia. Não tinham placa, nem nome do motorista, só a descrição do carro. Antes de encontrarem o taxista, o sujeito se apresentou. Juan Blanco encontrou a bolada e o prêmio, e fã de futebol, reconheceu que se tratava da medalha de ouro de campeão do mundo. Pensou em ficar com dinheiro para voltar para o México, seu país de origem, mas a culpa o consumiu. Procurou Taffarel no hotel e devolveu tudo, ganhando 1000 dólares de recompensa do brasileiro.
3) Bebeto disse adeus
Após a conquista do tetra, Bebeto, um dos heróis da conquista, anunciou sua aposentadoria da seleção. Disse que já era hora de sair, que conquistar uma Copa do Mundo era seu objetivo.
O camisa 7 até ficou um tempo fora: dois anos. Voltou nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996 e foi campeão da Copa das Confederações em 1997. Disputou a Copa da França em 1998, sua última competição com a camisa da seleção.
4) Movimento no cemitério
A seleção brasileira ignorou a cidade de São Paulo na volta dos Estados Unidos, e desfilou em carro aberto no Rio. No dia seguinte à conquista, muitos torcedores foram... ao cemitério. Segundo contam os jornais da época, aumentou consideravelmente o número de visitas ao túmulo de Ayrton Senna. Morto em acidente menos de quatro meses antes, o ex-piloto virou um símbolo daquela conquista. Após a final, contra a Itália, os jogadores até levaram uma faixa com o nome do ídolo.
5) Goleiro americano: da Broadway até especulação no Botafogo
Personagem marcante da Copa de 1994, o goleiro Tony Meola, dos Estados Unidos, time da casa, chamou a atenção pelo estilo um pouco atrapalhado, cabelo com rabo de cavalo e acima do peso. Variando boas atuações com falhas, ele acabou desistindo do futebol após o Mundial: foi realizar o sonho de virar ator na Broadway.
Se apresentou na peça "O casamento de Tony e Tina", mas voltou ao futebol em 1995, sendo cogitado no Botafogo, para o lugar do goleiro Wagner, que não inspirava confiança na torcida antes do Brasileiro daquele ano. O acordo não aconteceu e ele seguiu carreira no futebol de seu país, tendo sido convocado para as Copas de 1998 e 2002.