Catedral
Quem dentre vós, ó marianenses,
não se orgulha da terra que tem?
Da serra vem o ouro
que se espalha pelos rios,
mata a fome de seus filhos,
orna as talhas dos templos,
cobre as vestes dos santos
e vai alojar-se nas mãos
dos homens de pouca fé.
Quem dentre vós, ó marianenses,
não se orgulha do artista que é?
Faz da madeira, da argila,
da pedra-sabão e do pincel
o que deseja e bem quer.
Quem dentre vós, ó marianenses,
não se orgulha do poeta que é?
Que canta de seu povo
a alegria e a tristeza.
Delas faz, uma prece,
um hino que soa,
dobra-se e desdobra-se,
como os dobres dos sinos
de sua Catedral.
Tendo por teto o céu,
pontilhado de astros
e por companheira a lua.
Quem dentre vós, ó marianenses,
não se orgulha de ter
a seus pés um Santuário
e nas mãos o Rosário
místico da Sé?
( Do livro: “Bateia Lírica” – (Temas Marianenses) –Gráfica Ouro Preto – 1996).