DOIS ANOS DAQUELE ADEUS QUE NÃO DEI
O dezessete de junho marca uma data triste no calendário da minha vida: o dia em que te perdi pra sempre. O dia em que me dei conta da minha falta de jeito, da minha insanidade ao pensar que eu podia voltar atrás na hora que bem entendesse. O dia que pôs fim à esperança que eu guardava em silêncio, temendo não sei o quê. O dia que jogou na minha cara o quão insignificante eu sou diante do que o destino me reserva.
O dezessete de junho de 2017 marcou minha existência... a moto, o acidente, a notícia, a despedida cruel, o adeus que faltou, o sofrimento... recordações dolorosas, mas necessárias, pra eu aceitar (ou pelo menos tentar, é difícil) que há um sentido pra tudo isso, que há um propósito em tudo o que vivo, ainda que se me escape, e que eu não sou nada.
Mas uma marca, a maior de todas, tem me feito pensar todos os dias no que eu sou, às vezes remoendo, lamentando, envolta em arrependimento e culpa: a marca que você deixou em mim, que me dá força para viver essa saudade e seguir...