PALAVRAS, PÁSSAROS DE FOGO
“No Dia Mundial da Liberdade da Imprensa,
Aos Escritores”
Palavras, pássaros de Fogo
Esvoaçando no horizonte
Em bailado de luz qu´ é jogo
Numa água escorreita de fonte.
Dia da liberdade de Imprensa
Da Palavra e da Comunicação:
É o dia de quem sente e pensa
Com mais alma e coração.
Ó palavras, ao correr da pena
Nas mãos de quem escreve direito,
Sois fonte de vida, às vezes geena,
Que convém apurar a preceito.
Na forma de imagens sonoras,
Bandeiras d´ humildes ou peritos,
Rasgai, por bem, a todas as horas
As ocultas máscaras e os gritos.
Pássaros de fogo esvoaçando,
Almas de poetas e trovadores,
Consolo dos que riem chorando
P´ lo vale dos ódios e rancores.
Hoje é a festa da Liberdade:
Palavras, de voo profundo
Voai, com as asas d´ equidade,
Porque sois o farol do Mundo.
Desde a mansão de Gutenberg
Vós, palavras, vencendo a vida,
Com Diderot & companhia
Ganhastes outra luz, outra verve…
P´ la vossa Odisseia acrescida
Que a inteligência vos conserve
E vos dê elegância e magia
Com enlevos de franca Poesia.
Palavras, não queirais ser fénix
E muito menos cata-ventos,
E que, quem vos ler, seja feliz
Sublimando todos os tormentos.
Para vós, desta tribuna imensa,
Vão os meus votos, meu sorrir,
Desejando que toda a Imprensa
Não seja cor-do-burro a fugir…
Vós, palavras, do pio ao grito
Sois indeléveis expressões
Como juízes de coração contrito.
Burilai pois todas as emoções
A quem tem um destino aflito
Sem força pra apagar paixões.
Qual uma deleitosa terapia
Esgrimi a vossa sabedoria!
Frassino Machado
In AO CORRER DA PENA