Dener, O Rei Dos Dribles
Um dos mais talentosos jogadores que o Brasil, no começo dos anos 90, Dener Augusto de Souza, o Dener, não teve tempo de se consagrar como um grande craque no futebol nacional e mundial.
Morreu em acidente de carro no dia 19 de abril de 1994, no Rio de Janeiro. Dener estava no banco de passageiro de seu carro, o Mitsubshi Eclipse, placas DNR-0010 - São Paulo (SP). Dener defendia o Vasco da Gama. O condutor do carro, Oto Gomes Miranda, sobreviveu, tendo sofrido fraturas nas ambas as pernas. Dois anos depois morreu assassinado, por suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas.
Nascido em 2 de abril de 1971, em São Paulo, Dener foi criado no bairro da Vila Ede, zona norte da capital paulista, e começou a carreira nas categorias de base da Portuguesa.
Meia habilidoso, de arrancadas rápidas e objetivas, explodiu no cenário futebolístico brasileiro em 1991, quando a Portuguesa conquistou o título da Taça São Paulo.
Dener era a estrela do time. A Lusa derrotou o Grêmio, do goleiro Danrlei, na final.
Em 1993, foi emprestado por três meses para o Grêmio. Apesar do pouco tempo no Rio Grande do Sul, o meia ganhou a torcida do Tricolor gaúcho e fazendo parte do time que levantou a taça no gauchão.
Dener voltou ao Canindé, já que os dirigentes lusos sempre criavam obstáculos para negociá-lo em definitivo. No ano seguinte, o meia foi cobiçado por grandes equipes de São Paulo. Os cartolas rubro-verdes vetaram a negociação.
"O Dener era são-paulino de infância, estava entusiasmado com a possibilidade de defender o Corinthians. Dizia que não via hora de entrar no Parque São Jorge com o "Passário Branco". Era assim que ele chamava o carro dele", conta a viúva do craque.
Com medo de negociar seu melhor jogador para o arqui-rival, a Portuguesa optou por emprestá-lo para um time de outro estado. O Vasco da Gama.
Pelo time de São Januário, Dener não fez muitas partidas, mas mesmo assim entrou na galeria dos grandes jogadores da história do clube cruz-maltino. Ele morreu antes que o Campeonato Carioca de 94 terminasse. O Vasco foi o campeão. "Ficamos felizes pelo título, mas a morte do Dener foi trágica. Era um excelente jogador. Considerado problemático, mas nunca tive qualquer tipo de dor de cabeça com ele", conta o técnico Jair Pereira, o último comandante de Dener.
Dener fez onze partidas com a camisa canarinho e mereceria ser convocado para a Copa do Mundo de 94, morreu antes. "Eu procurei me espelhar no Dener. Pena que ele morreu jovem. Era um craque", revela o atacante Robinho.
Para o técnico Vágner Mancini, Dener tinha tudo para se tornar um dos maiores jogadores do futebol mundial. "Tinha qualidades e ainda muito a mostrar. Ele ganharia experiência e seria ainda melhor do que foi", comenta o técnico.
Com habilidade rara, Dener era certeza de dribles fáceis, rapidez e objetividade.
Pena que o destino, nos tirou o privilégio de seus dribles cedo demais, aos 23 anos!