ÁLVARO GLEREAN - dr. (Nota de falecimento)

DR. ÁLVARO GLEREAN, UM AMIGO VIRTUAL – NOTA DE FALECIMENTO – 25.03.2019

Autor dos livros:

. HISTÓRIAS TEMPORÃS

. VELHAS PÁGINAS

. HISTÓRIAS CONTADAS PELO MEU COMPUTADOR

. OUTRAS HISTÓRIAS

. REFLEXÕES

. MANUAL DE HISTOLOGIA

Em 2003 desejei ser alfabetizada no computador. Assim, um de meus filhos ganhou um pc novinho, patrocinado por mim, em troca de ensinar-me os segredos. Eu fiquei com o computador usado dele. Ele teve muita paciência comigo e assim aposentei a máquina datilográfica.

O aprendizado foi lento, mas quando peguei o jeito, foi uma maravilha. Com o tempo não só fiquei deslumbrada com as possibilidades de pesquisar, como também de interagir com pessoas, nos grupos. Entrei no Orkut, msn, e por ai vai.

Em 2010 aproximadamente conheci um site interessante de São Paulo, onde se podia ler e comentar as crônicas (SPMC *). Um pouco mais tarde também passei a colaborar no site. Que delícia. Era um grupo de pessoas interessantes e com boas histórias para contar. Foi ali que observei algumas pessoas incríveis, uma delas o Dr. Álvaro Glerean.

Fiquei tão encantada com seus textos, que além de comentar no próprio site, também anotei o seu e-mail e enviei um comentário diretamente. Não demorou muito, obtive retorno. Era um cavalheiro. A inteligência atrai. Eu lia tudo que ele escrevia. Aos poucos fui conhecendo parte de sua vida, a qual era bem interessante.

Durante 7 anos trocamos e-mails com uma certa frequência. Quando chegou 2018, tive o privilégio de ter o watsap dele e desta forma a comunicação ficara mais fácil. Nunca nos encontramos pessoalmente, mas contávamos com a amizade do outro. De minha parte, sentia o desejo de conhecê-lo pessoalmente, mas sentia receio de ser mal interpretada. Sei lá. Nestes tempos tão estranhos, as pessoas estão muito desconfiadas. Eu desejava, mas não tomara a iniciativa. Quem sabe ele tenha sentido o mesmo! Só sei que isto não aconteceu. Era gratificante receber as mensagens dele, pois sempre era algo construtivo, que enaltecia o dia.

Eu sempre ficava no aguardo das mensagens, mas às vezes ele viajava com a família, e só no retorno retomávamos a troca de mensagens. O tempo foi passando.

De repente eu senti que as férias dele estavam mais prolongadas. Achei estranho mas fiquei esperando, como sempre. Consultava a caixa de entrada e nada. No watsap idem. Então, como alguma notícia não vinha, fiz uma pesquisa na internet, a fim de tentar descobrir algo, mas nada a acrescentar. Continuei na minha rotina. Então certa manhã fiquei imaginando se de repente algum racker havia clonado meu número e feito alguma mensagem estranha, que ele não tivesse gostado. Sei lá, tudo é possível. Algo me incomodava, era preciso descobrir. Foi então que cliquei o nome de sua filha nas redes sociais e descobri sua página. Imediatamente visualizei uma foto de meu amiguinho virtual. Oh felicidade. Estava tão bonitinho na foto. Todavia, para meu desencanto e choque, não gostei do que li logo acima de sua imagem. Acabara de constatar que realmente ele estava viajando, para sempre. O meu amiguinho virtual partira para a eternidade, havia vinte dias.

É difícil aceitar a partida de quem gostamos. Neste caso, nunca nos vimos, mas nossa amizade era boa, verdadeira. Nos vimos através dos textos, dos comentários, dos livros, das tristezas e alegrias mútuas e compartilhadas com o outro.

É difícil acreditar, mas esta amizade aconteceu. Hoje chorei de tristeza como se ele fosse alguém de minha família. Sinto-me de luto e me solidarizo com seus familiares. Ele foi uma boa pessoa, deve estar em bom lugar. Adeus amigo Álvaro Glerean.

(*) SPMC