DILMA ROUSSEFF - DITADURA NUNCA MAIS! (DA SÉRIE MULHERES QUE ME INSPIRAM)
Na voz, provavelmente surpresa, de William Bonner, o anúncio: “Atenção: nos próximos quatro anos e pela primeira vez na História, o Poder Executivo no Brasil será comandado por uma mulher. Dilma Rousseff está oficialmente eleita.” (AMARAL, 2011, p. 299). O ano era 2010.
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A menina Dilminha (assim chamada pra evitar confusão, já que a mãe tinha o mesmo nome) sonhava em ser bailarina ou entrar para o corpo de bombeiros, ainda que fosse uma atividade só para homens. Achava bonitas ambas as profissões. Mal sabia que o futuro lhe reservava muitas surpresas, diante de seu caráter resistente na luta pela democracia e governos populares (AMARAL, 2011, p. 14).
Presa e torturada durante dias, cumpriu pena de quase três anos no Presídio Tiradentes (SP), como punição por sua militância no combate à ditadura, num cenário de luta desigual que deu cabo de muita gente. Viveu o cenário em que “intelectuais, jornalistas e artistas foram presos por serem intelectuais, jornalistas e artistas”, como Gilberto Gil e Caetano Veloso, por exemplo, que tiveram que deixar o país.
A vida para essa mulher, hoje com 72 anos, nunca foi fácil. Sofreu todo tipo de violência quando torturada, desde choques elétricos ao medo da morte, na ditadura militar, somado a isso o circo armado na sua segunda gestão, quando foi destituída do cargo de presidente do Brasil, em 2016, por “crime de responsabilidade”, proposto por aquela gente boa do Congresso, e votado pelos homens de bem, que em seus discursos citaram a mulher, os filhos, a mãe e até Deus (blasfêmia!), “cálculo político e eleitoral”, segundo a revista Época.
De acordo com Leandro Loyola, jornalista que assina a matéria (https://epoca.globo.com/tempo/noticia/2016/04/os-votos-no-impeachment.html), as falas teriam sido pensadas, preparadas e ensaiadas, por um “motivo político-eleitoral bastante palpável”. Foi golpe.
Sobre a tortura que sofreu, Dilma relata choques em várias partes do corpo: pés, mãos, parte interna das coxas, orelhas, cabeça e no bico do seio. “Botavam uma coisa assim, no bico do seio, uma coisa que prendia, segurava. Aí cansavam de fazer isso porque tinha de ter um envoltório pra enrolar, e largavam. Aí você se urina, você se caga todo, você..." (AMARAL, 2011, p. 67). As sessões de tortura duravam um tempo que ela não saberia dizer, num ambiente muito frio, os torturados despidos.
Sobrevivente de tempos de clandestinidade, prisão e tortura, Dilma sentiu-se largada ao se ver livre, à época. “Quem eu conhecia ou estava na cadeia, ou tinha saído do Brasil ou estava morto”.
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Dilma Rousseff é formada em economia; mãe de Paula e avó de Gabriel; foi secretária de Fazenda da prefeitura de Porto Alegre; presidenta da Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul; duas vezes secretária de Energia, Minas e Comunicação; ministra de Minas e Energia; chefe da Casa Civil do governo Lula.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
AMARAL, Ricardo Batista. A vida quer é coragem - a trajetória de Dilma Rousseff - a primeira presidenta do brasil. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.