O adeus a Lili
Quando nosso amigo Toby morreu, prometemos que deixaríamos a cadela Zefa viver sua velhice tranquila, sem outro canino pra dividir espaço, comida, carinho... Mas a Lili se apaixonou pelo par de tênis do sr. França, ele por ela e aquele pedacinho de cão chegou aqui em casa agitando com tudo e todos.
A pobre Zefa, sem enxergar direito, via aquele vulto branco vindo em sua direção pulando e querendo brincar; os gatos já a enxergavam como possível inimigo natural e era uma correria só quando a dona Lili chegava abanando suas orelhas querendo se apresentar. Aquele mimo de cão conseguiu dar um cansaço na cadela Amy, que consideramos o terror da família, assustou a Kika e surpreendeu o enorme primo Gulls.
Lili viajou, fez amizades, encantou, deu e recebeu carinho de toda nossa família, mas não resistiu as infecções causadas pela Cinomose. Lili partiu pra junto de São Francisco.
Ficaram algumas perguntas do sr. França: “ Lili o que tu tá querendo me dizer Lili? O que eu tenho que aprender ainda contigo, Lili?”
Não sei se tenho respostas, mas tenho aqui minhas reflexões. Lili deu uma boa “costurada” nos nossos laços de família, nos envolveu em torno dela de um jeito como querendo nos provar que é possível se viver com simplicidade, respeito, alegria e amor. Sei que haverá alguém pra dizer - mas é só um bicho. Sim, é um bicho, mas qual a diferença quando falamos em sentimentos?
Tenho certeza que quando peguei a Lili no colo pela última vez, limpei seu corpinho, acariciei, conversei com ela, a aconcheguei junto ao meu corpo e ela fechou seus olhinhos, ficamos em paz. Tenho certeza, que se ela falasse nos diria que nossa vivência foi curta mas foi intensa e feliz. Agradeceria a todos: a menina que a encontrou, a dra. Margarida que a acolheu, a nos que a adotamos junto com a nossa Lucia, é claro, e a todos que a acariciaram e lhe chamaram pelo nome. Não é isso que importa a nós seres humanos também?
Saudades da Lili!