10400-Os três maiores poetas brasileiros:

Os três maiores poetas brasileiros:

1-Gregório de Matos Guerra ou o Boca do Inferno

Por denunciar a corrupção na Bahia há quase 400 anos

não mudou nada

2-Antônio Frederico de Castro Alves

Por fazer a campanha da libertação dos escravos

E também por um poema lindíssimo que tem tudo com

o que vivemos hoje:

O Fantasma e a canção

Orgulho! desce os olhos dos céus sobre ti mesmo; e vê como os nomes mais poderosos vão se refugiar n'uma canção.

(Byron.)

— Quem bate? — «A noite é sombria!»

— Quem bate? — «É rijo o tufão!...

Não ouvis? a ventania

Ladra á lua como um cão.»

— Quem bate? — «O nome qu'importa?

Chamo-me dôr... abre a porta!

Chamo-me frio... abre o lar!

Dá-me pão... chamo-me fome!

Necessidade — é o meu nome!»

— Mendigo! pódes passar!

«Mulher, se eu falar, prometes

A porta abrir-me?» — Talvez.

— «Olha... Nas cãs deste velho

Verás fanados lauréis.

Há no meu crânio enrugado

O fundo sulco traçado

Pela c'roa imperial.

Foragido, errante espectro,

Meu cajado — já foi cetro!

Meus trapos — manto real!»

— Senhor, minha casa é pobre...

Ide bater a um solar!

«De lá venho... O Rei-fantasma

Baniram do próprio lar.

Nas largas escadarias,

Nas vetustas galerias,

Os pajens e as cortesans

Cantavam!... Reinava a orgia!...

Festa! Festa! E ninguém via

O rei coberto de cãs!»

— Fantasma! Aos grandes que tombam,

É palácio o mausoléu!

Também meu túmulo morreu.

— «Silêncio! De longe eu venho...

O séc'lo — traça que medra

Nos livros feitos de pedra,

Rói o mármore, cruel.

O tempo — Átila térrivel,

Quebra co'a pata invísivel

Sarcófago e capitel.

— «Desgraça então para o espectro,

Quer seja Homero ou Sólon,

Se, medindo a treva imensa,

Vai bater ao Panteon...

O motim — Nero profano —

No ventre da cova insano

Mergulha os dedos cruéis.

Da guerra nos paroxismos

Se abismam mesmo os abismos

E o morto morre outra vez!

«Então, nas sombras infindas,

S'esbarram em confusão

Os fantasmas sem abrigo

Nem no espaço, nem no chão...

As almas angustiadas,

Como águias desaninhadas,

Gemendo voam no ar.

E enchem de vagos lamentos

As vagas negras dos ventos,

Os ventos do negro mar!

«Bati a todas as portas

Nem uma só me acolheu!...

— Entra! — Uma voz argentina

Dentro do lar respondeu.

— «Entra, pois, sombra exilada!

Entra! O verso — é uma pousada

Aos reis que perdidos vão.

A estrofe é a púrpura extrema,

Último trono — é o poema!

Último asilo — a Canção!...

Bahia, 13 de Dezembro de 1869.

3-Marcus Vinicius de Moraes ou O poetinha Poeta,

compositor de MPB, de Bossa Nova que foi criada por Vinicius, Tom

e o toque mágico de João Gilberto em 1958, compositor de samba

e ex: Diplomata.

Estão aí os maiores poetas da história do Brasil.

Francisco Pellágio de Paula

Verde e Amarelo

Goiânia,26 de fevereiro de 2019

Pellágio de Paula
Enviado por Pellágio de Paula em 26/02/2019
Reeditado em 26/02/2019
Código do texto: T6585043
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