A chave
A chave
A chave de onde?
Até hoje eu não me conformo a sua partida.
Choro toda vez que vejo aquele hotelzinho barato, sujo, medíocre.
Choro quando esbarro com algum rapaz que tenha o seu tipo físico e seu andado.
Chorei quando encontrei seu cartão de visita na minha carteira.
A chave!
Me perguntei mais uma vez o motivo de você ter ido tão cedo e daquela forma.
A morte não te merecia, sabia disso?
Detesto ir aos eventos culturais sem você.
Sempre que eu recebo algum convite de Sarau, roda de leitura, ou exposição de artes, era o seu número que eu ligava.
E você precisou fazer isso comigo, conosco!! Por que?
Chove chuva lá fora, e essa chave amarela, junto com um símbolo engraçado, bem típico seu, é o que restou de você em mim. Fora essa saudade que parece não ter fim.
A morte não te merecia, e ainda está impossível não chorar a sua ausência.
Por que você teve de ir embora?
A morte não te merecia, e a vida sim, essa sempre te quis.
À M.Marins (in memoriam)