HOMENAGEM AO TIO CUSTÓDIO PEREIRA - DIA DO SEPULTAMENTO

Querido tio Custódio,

De uma família numerosa, de onze irmãos, todos nascidos na simples e modesta cidade de Rio Espera, no interior de Minas Gerais, o senhor está sendo o último a partir. Já se foram meu pai, João Pereira, seu irmão. Também seus irmãos, Agostinho Pereira, Gumercindo, José Pereira, Antônio Pereira, Francisco Pereira; Quiroba, Miquelina e Jovelina e Maria Alves (tia Lilica), suas irmãs queridas, todos eles nos deixaram. O céu está em festa, pois sua chegada permitirá a reunião de todos de uma família formada por Pedro Pereira de Souza (Padrinho) e Maria Neves de Jesus (Dindinha), seus pais queridos.

Querido tio, seu nome é especial: Custódio. Significa anjo da guarda. Significa também “guardião”, “protetor” ou “defensor”. Aquele que tem a função de guardar ou proteger alguém ou algo. Acho que seu nome traduz muito bem a sua passagem neste mundo, junto a seus familiares e todos os outros que o conheceram e viveram com o senhor.

Tio Custódio, estou aproveitando este momento, em seu leito derradeiro, para lhe fazer uma pequena homenagem. Primeiramente quero lhe dizer que meu pai lhe tinha um grande apreço e consideração. Não foram poucas as vezes que ele me pedia e eu prontamente o atendia: “Luiz, leva eu e sua mãe na casa do meu irmão Custódio”. Em sua residência, sempre fomos recebidos com carinho por você e sua companheira, a tia Filhinha, com quem já certamente se encontrou no dia de hoje. Peparavam para nós um cafezinho gostoso: casos antigos eram lembrados, boas risadas não faltavam.

Em segundo lugar quero dizer que ficamos aqui chorosos, mas, ao mesmo tempo conscientes de que a dor e o sofrimento já não permitiam que permanecesse mais aqui neste vale de lágrimas.

O que nos consola são as palavras de Jesus Cristo, quando ele passou aqui na terra, humano como nós: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.”

Lembra-me ainda a passagem constante da Bíblia. Isaías diz sobre aqueles que partem: “E eles edificarão casas, e as habitarão; e plantarão vinhas, e comerão o fruto delas. Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para que outros comam; porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus escolhidos gozarão por longo tempo das obras das suas mãos: Não trabalharão debalde, nem terão filhos para calamidade; porque serão a descendência dos benditos do Senhor, e os seus descendentes estarão com eles.”

Gostaria de recordar nesta oportunidade de um de seus gestos em sua casa no bairro Planalto, quando lá conversamos pela última vez, há poucos mais de 15 dias. O senhor tirou o terço do bolso, mostrou-me e disse que não se esquecia de Nossa Senhora, aquela que foi escolhida para ser a mãe de nosso maior líder, Jesus Cristo. Antes de dormir me falou que fazia sua oração e pedia a ela a proteção.

Neste momento, aqui reunidos, quero, em nome de todos, filhos, netos, genros, noras, sobrinhos e todos os seus amigos, agradecer a Deus pelo privilégio que Ele nos ofereceu de nos ter dado o senhor como nosso companheiro, nosso amigo sincero, nos momentos bons e nos momentos difíceis.

Que Deus o receba em seu reino. Temos a certeza de que já está ocupando uma das moradas que Ele lhe preparou. Fique em paz eternamente.

Belo Horizonte, 09 de dezembro de 2018.

LUIZ GONZAGA PEREIRA DE SOUZA - Sobrinho