VOVÔS
Vovô Antero, sábio e prudente.
Brinca com a gente... No sério.
Octogenário, se finge de esquecido,
E com alguns gemidos, chantageia.
Vovô esperto! Prende-nos na sua “teia”.
Carinha de santo arranca prantos
De emoção. Da sua cadeira de balanço
Observa tudo e se alguém fala, finge que dorme.
Todos os dias, me pergunta:
Meu neto! Você me ama?
E eu digo: vovô deixa de manha!
O Senhor sabe que sim...
Tu és para mim, o meu começo e o meu fim.
Vovô me olhou de um jeito!
E no dia seguinte, se fingiu de esclerosado,
Não lembrava meu nome e nem o seu passado
Repetia histórias, narrava vitórias e batia no peito.
Com olhos arregalados, perguntou-me: o que você faz aqui?
Sai da minha casa, seu... Bandido!
E iniciou um gemido
Pedindo pra eu sair dali.
Vovô Antero se jogou ao chão
Fez tanta provocação
Que na hora, acreditei...
Mas em todo momento, dele cuidei.
Vovô então deu fim à encenação
Olhou para mim e disse:
Não é nada!
Eu só queria saber se você me amava mesmo!
Sorrimos junto, o resto daquela manhã!
Esse vovô Antero! É uma figura!
Parabéns! Aos vovôs desse mundão...