SILVINHO, ADEUS MEU IRMÃO!
Não existem palavras que sirvam de consolo para momentos inexoráveis! Para momentos que ficarão marcados para sempre nas nossas vidas! Principalmente quando alguém que amamos e que faz parte da nossa história e das nossas vidas deixa de estar no nosso convívio porque a sua jornada neste mundo chegou ao fim, de maneira prematura.
Ele chegou ao mundo em uma semana Santa e por isso, a doutora Eileen, médica e missionária norte americana sugeriu que ele Fosse registrado com o nome de Pedro Coelho por ter nascido na semana da páscoa, mas os pais Dona Diva e seu Abel o registraram homenageando a filha mais velha que se chamava Sílvia, colocando nele o nome de Sílvio.
Carinhosamente nós o chamávamos de Silvinho ou Silvim, o que era normal na Bahia, apelidarmos as pessoas com o diminutivo dos seus nomes de batismo. Carinhosamente eu sempre o chamava de Pedro Coelho ou de Sérvio.
Foram muitos anos de amizades e de convívio desde a primeira vez que o vi ainda bebê, galeguinho, adorava ler a bíblia, adorava cantar a música "Hey Jud" quando sentava no penico. Quando mais crescido, juntamente com o Abelzinho, era quem ajudava o pai a tirar leite nas vacas , tocar o gado para beber água, ir para a roça etc. Ele era o mais destemido para a lida na roça, já que Béim, Abelzinho, não era lá muito chegado na lida dura da fazenda sobrava para ele e Nelsinho.
Com o irmão caçula Nelsinho e Abelzinho, e a irmã Sara formou uma parceria de amizade entre irmãos, o que era uma coisa linda de si ver. Brincávamos e nos divertíamos muito quando nos juntávamos.
Silvinho adorava muito as coisas da roça! Em razão disso ele estudou o curso técnico de agronomia no Colégio Polivalente de Santa Maria e tinha o sonho de montar uma loja de produtos agrícolas, para abastecer as muitas fazendas do vale do São Francisco.
Certa vez ela namorou com uma garota cujo nome era "Mieda", que morava em Brasilia, mas era de Sitio do Mato, e nos nossos encontros, quando eu ia para Sítio do Mato ou quando ele ia a Santa Maria eu o chamava também de Miedo.
Ontem, domingo, dia 16 de dezembro, recebi a notícia do falecimento de Silvinho, o meu Pedro Coelho, o meu Miedo, o meu Servio, um meu irmão de coração. Caramba, como a vida nos prega peças tão repentinas e drásticas! Em menos de três anos perdemos dona Diva, a mãe, dona Ester a tia, Sílvia a filha mais velha, Ailton o primo, agora perdemos Silvinho um dos filhos mais novos.
Lembro me de uma foto com Saulo, Sara,Abelzinho,Silvinho e Nelsinho com a legenda: Agora somos só nós cinco. Mas o destino pregou uma peça muito séria! Diminuiu para quatro e espero que continue o quarteto por muitos anos e chega de perdas.
Confesso que não consigo ter palavras que consolem o pai, os irmãos, filho, sobrinhos, primos, tios e tias! Nós sabemos que os desígnios da vida nos leva a ter reveses como essa perda inesperada! Mas há a necessidade de continuamos caminhando; e a medida em que os dias vão se passando, com certeza a dor irá diminuindo enquanto a saudade irá se avolumando, mas que jamais preencherá o vazio deixado com mais uma ausência.
Silvinho deixará muitas saudades em nossos corações, mas a sua história dentro da nossa história jamais se apagará da nossa memória. Nasceu na semana da páscoa mas deixará para nós, com a sua partida, um natal com muitas saudades e somente a mensagem do nosso Senhor Jesus poderá servir de bálsamo para uma dor dor tão gigantesca.
Pedro Coelho, vá em paz meu querido! Que bom que você existiu de verdade na minha vida!