Vaga-lume - Era tão bom tomar injeções!
Ele chegava de avental branco, todo cerimonioso.
Abria uma maleta de couro, tirava do bolso uma lixinha branca que tinha uma ponta preta em forma de V e ali, atritando num vai e vem, cortava o pescocinho da garrafinha.
Passava um algodão com álcool e cravava as
injeções em nossas bundas.
injeções em nossas bundas.
Umas lágrimas pelos sustos e pelas dores,
mas que saudosa felicidade vinha depois!
mas que saudosa felicidade vinha depois!
Quando caía a noite, armados de nossas garrafinhas, lá
íamos, eu e minha irmã, capturar vaga-lumes.
A disputa era ferrenha.
Quem pegava os maiores, os mais reluzentes.
Quem pegava os maiores, os mais reluzentes.
A gente os prendia nas tais garrafinhas, pendurava-as nos pescoços e desfilávamos orgulhosos com nossas posses para o Japão, nosso gato e Doli, nosso vira-lata.
Até hoje não sei porque, eles não davam
a menor importância para nós.
a menor importância para nós.
Certamente eles não sabiam que o pulsar dos
vaga-lumes coincidiam com as batidas
de nossos corações inocentes e felizes.
vaga-lumes coincidiam com as batidas
de nossos corações inocentes e felizes.
Mas hoje eu sei o que significa pulsar
um coração abestado, que às vezes dá umas fibriladas,
umas descompassadas, mas que continua
cheio de amor pela vida e por você minha irmã.
um coração abestado, que às vezes dá umas fibriladas,
umas descompassadas, mas que continua
cheio de amor pela vida e por você minha irmã.
Feliz aniversário!!!
13/setembro
13/setembro