Consciência Negra
Amanhã tudo volta ao normal
O negro! só mais um marginal
No gueto da favela
Com o rádio transmissor e o fuzil na mão
Amanhã a consciência volta a ser inconsciente
O preconceito persistente
Onde estará toda essa gente
Que aclama a Zumbi dos Palmares
Herói de uma raça
Amanhã o negro volta a ser estatística
Pobre, analfabeto, em maior número na sociedade
E o que conseguiu se formar doutor, engenheiro, professor
Teve sorte porque não se misturou
Precisamos rever os conceitos
Valorizar o ser humano
Como gente, como a gente
Esquecido na história
Não é ficção, é real, é memória
Chega de engano, de esconder a verdade embaixo dos panos
Dividiram a cidade, que maldade
Virem-se sozinhos, a Princesa assinou a sua liberdade
Mas o papel só diz, nada faz, nada sabe
O negro não quer só um dia, um mês, uma data
O negro clama é por oportunidade
O negro clama é por igualdade.