Minha infância
Dela guardo umas poucas lembranças,
Saudades inexplicáveis de poucos momentos.
Das histórias fantásticas de crianças,
Das aventuras vividas só nas imaginações.
Do ser herói para salvar do mal o mundo,
Da goíba do vizinho que não pude pegar emprestada.
Do rolimã que descia a ladeira sem mim,
Da beti que eu queria jogar mas não podia brincar.
De tantas coisas que eu não pude viver,
Mas na mente eu fazia de conta que era.
Das bolas que quebrava a vidraça do ser,
E eu não podia contar quem foi ou era.
De toda inocência que hoje faz falta,
Da vizinha bonita que eu dizia que namorava.
Das algazarras na rua das gurizadas,
Das minhas limitações? Dessa eu nem lembrava.
Da minha infância eu nunca esquecerei,
Mesmo não ter sida vivida como queria.
Mas nas minhas saudades sempre guardarei,
A criança que na minha infância eu seria.
Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.