EU TAMBÉM VISTO O EXPRESSÃO DA GAZETA.

A primeira vez ninguém esquece. É verdade. Assim foi comigo, quando vi pela primeira vez no Jornal a Gazeta do Oeste, no Caderno Expressão, o artigo intitulado “A Reforma, até Lutero”, no dia 20 de Novembro de 2005, domingo.

A sensação de prazer que alimentou o meu ego foi enorme, indescritível até. Ver ali, nas páginas de um Jornal, notadamente, o mais popular da cidade e o terceiro maior em vendas, do Rio Grande do Norte, foi motivo de orgulho e me fiz leitor dos meus escritos, para compreender melhor essa sensação.

Lembro-me bem do convite feito pelo jornalista Mário Gérson, companheiro da Academia, tentando fazer com que eu pusesse em substrato as minhas reflexões e discursos de todos os dias, preocupado que sou, com a verdadeira história ou, com os fatos históricos verdadeiramente acontecidos, sem ter neles, a ótica da classe dominante ou mandatária do período.

Relutei, é verdade, porém me dispus a fazer uma pequena tentativa, instigado que fui, diria até desafiado pelo amigo, que através de uma boa dose de psicologia me motivou a ir através de alguns sonhos a realizar, dentre eles, o prazer de escrever.
É verdade que já havia escrito antes em um periódico de esportes, também como colaborador, quando residia em São Paulo/SP e trabalhava em um clube de esportes amadores - e o mesmo circulava entre os seus associados -, porém já havia algum tempo não exercitava o domínio do pensar e o de por em papel, a transformação das idéias.

Confesso que encontrei na Gazeta do Oeste a motivação que precisava para desenvolver, humildemente, além dos artigos históricos, o ofício de proporcionar aos leitores dominicais, leituras de insignificantes cotidianos, feitos de coisas irrelevantes, que passam despercebidos para um universo macro, mas que são falados com a alma, e que causam cócegas e nos obriga a contar, em crônicas, a nossa maneira de dizer as coisas simples da vida.

E tenho feito justamente isso durante esse tempo, na busca do cotidiano das coisas ditas, vistas, observadas, o material necessário para compor os roteiros de mais uma crônica, que pode falar do amor, das coisas simples da vida, de teorias, de sonhos, fantasias e realidades.

E como as possibilidades para uma crônica ocorrem nos lugares mais inusitados, é fundamental que o cronista esteja sempre antenado com as coisas que estão ao seu redor, para não perder um detalhe, seja ele de uma folha de jornal jogado após a leitura e pisado por transeuntes despreocupados em pisar no conhecimento; seja no roteiro de uma viagem inesquecível onde a filosofia correu solta e as mentes se dispuseram a criar frases maravilhosas, verdadeiras pérolas para a posteridade; seja para alertar sobre o vício do tabagismo e suas conseqüências; seja para mostrar a dor de um pai ao ver seu filho ir mais além no próprio vício; seja a alegria de ver seu aluno se tornar um homem do direito; seja para contar causos e alegrar com humor as leituras; seja para falar de saudade, de amizade, de sonhos, de fantasias, e até, de objetos e desejos.

E me vi, assim, encantado, todas essas semanas, de lá para cá, me deliciando com o bater das teclas e o ver de cada frase sendo construída - como uma espécie de droga benéfica - daquelas que só nos faz encontrar o prazer de ver e sentir sensações, como se assim fosse vital para a sobrevivência da espécie, até o seu ponto final.

Assim é a crônica, assim é o cronista. Colhe nas suas memórias, o subsídio para resgatar suas lembranças e faz do cotidiano seu e alheio, o material de mais um domingo de expressão. Orgulho-me de colaborar para a Gazeta do Oeste e, em especial, para o Caderno Expressão, onde a preocupação com o leitor é constante e a qualidade vem em primeiro lugar. E a prova dessa qualidade e dessa preocupação para com o leitor vem em forma de e-mails, com agradecimentos e criticas positiva - para o cronista e para o Jornal – resultando em uma maior responsabilidade, tão bem vindo para a Redação.

Nesses 30 anos de Gazeta, comemorados agora em abril, dos quais fiz parte, também, como leitor, quero parabenizar seus funcionários pela competência profissional e a dedicação com que redigem seus artigos, elaboram suas colunas, escrevem suas reportagens, fazem suas análises, diagramam, fotografam e chargeam, o que vemos e gostamos, em todos os dias de cada semana.

Aos proprietários, nas pessoas de Maria Emília e Canindé Queiróz, a certeza de um trabalho obstinado e sério, onde a busca pela verdade dos fatos se faz presente em seu slogan: um jornal sem meias palavras, nem meias verdades. Parabéns!


 


Obs. Imagem da internet

Raimundo Antonio de Souza Lopes
Enviado por Raimundo Antonio de Souza Lopes em 09/09/2007
Reeditado em 09/12/2011
Código do texto: T644541
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