Ah, estrela imensa, que dizes adeus, com o lenço branco
molhado neste pranto, não mais no suor da tua arrebatada oferenda
Vieste dos céus com o teu dom imenso, e voltas liberto
de tanto sofrimento... onde cantas anjo
as notas de sol, as claves de lua, o compasso das estrelas
deixa-me alcançar, voar no encalço do timbre
que espalhaste no mundo, alargando o prodigioso
dom do canto, enquanto o olhar relembra a imponência
o sorriso, o prodígio, o brilho dos teus olhos
a mão estendida, a vaidade esquecida
soltam-se canções, música erudita, coros de meninos com sede
do amor que levavas em cada solfejo, a quem é negada voz
a tua alma imensa irradiava alegria,
Ah, cantávamos duetos secretos!
os passarinhos silenciavam
os seus cantos … mas continuarão escutando
redobrarei com eles as árias que semeaste no meu peito
eterno… coração de menino,guardo-te comigo
na infinita saudade que nunca será adeus!
A Luciano Pavarotti, com todo o meu amor e gratidão
8/9/2007