O nome da árvore
A semente se transforma lenta e vagarosa, estende as raízes naquela terra seca de paisagens cinzas do mundo e se ergue forte com silhueta frágil e delicada esbanjando encanto, vitalidade e independência.
Cresce por dentro e por fora, não cabendo, se desdobra em folhas verdes mostrando ao mundo o tamanho da sua copa.
Olhei-a de longe, a apreciei de perto, extraí da mera observação tudo o que pude de mais belo daquele ser que esticou as raízes até o mais árido dos desertos, e este, logo se molhou em chuva para recebê-las.
Do convívio recebi a força para ser quem eu quisesse ser, mas com as podas necessárias para não me perder no caminho tortuoso do "se encontrar".
A árvore poderia não ser um templo espiritual ou uma divindade, porém exerceu o papel enquanto eu me sufocava com o pó do mundo, indo e vindo sem rumo.
Afastei-me dela e numa distração, distanciei. Foi o erro.
Deixei-a enferma e desapareci do seu universo, enquanto me preocupava apenas com o meu, sem notar que ela era uma, se não a mais importante estaca da minha vida.
O tempo passou, a árvore deu frutos e suas raízes cresceram ainda mais.
As tempestades vieram e abalaram?
Ah! Abalaram!
Entretanto, nem eu e nem mesmo ela podemos fazer nada, uma vez que a superação é um processo gerador de marcas!
Na vida há sempre um ciclo e é deste que eu e ela vivemos: O equilíbrio desequilibrado.
Estamos longe, mas a distância cria a aproximação inexistente entre indivíduos, por exemplo, que repartem a mesma casa.
O diálogo é bom, sarcástico, irônico, divertido, intelectual e insano, e a árvore é tudo o que eu poderia querer de um ser com quem posso falar tudo sem ser julgada.
Ela é minha inspiração pra muita coisa e mesmo que eu esqueça momentos e datas, jamais esquecerei a marca de quem me abrigou debaixo da copa e me mostrou a luz tênue do sol em meio as nuvens escuras.
Não desejarei nada a ela, pois é um ser completo.
Por completo tem seu nome,
Seu nome, Tanísia.