THEREZINHA
Therezinhaaaa...
A voz ressoa no corredor, alvo, longínquo, interminável... Ninguém responde... A nossa querida Terezinha hoje está brincando uma nova brincadeira. Uma brincadeira que nunca havia brincado antes. A pele branca, olhos fechados, silêncio profundo. Havia se calado para sempre, não respondia a nenhum chamado. A casa estava cheia e ela não tecia nenhum comentário, nem sobre as roupas que os presentes usavam, nem sobre o que todas aquelas pessoas faziam ali!
Nossa Maria! como fulana engordou! Aquele vestido está horrível! Por que todos estão chorando?
Nada! Nada.
Aquela situação era totalmente nova. O ambiente ameaçador.
Nosso ente mais querido havia sido arrebatado de nós.
No semblante das pessoas já se enxugavam as lágrimas da perda e da saudade.
Therezinha deixou de flertar com as dores, a falta de ar, as agonias mundanas e as incompreensões. Deixou de lado as energias cinzentas que opacam o brilho nos olhos e o amor no coração. Libertou-se da dor e partiu viva para crescer e aprender a arte da vida nos planos espirituais.
Quem dera pudéssemos vê-la de novo, como a boa arqueira que sempre foi, disparando setas luminosas do Bem.
Ela irá com a sua energia, que permanece, nos ajudar a meditar na magnitude da existência em outros planos. DEUS Ajude-nos a acreditar que nossos entes queridos estão vivos em outras dimensões e que ela viverá nos terços de Santo Antônio, nas festas da cidade, nas barracas de panela, nos almoços de domingo, nos bobs no cabelo e nos batons coloridos de todas as bocas.
Para sempre Therezinha!