EDILENE, PRESENTE!
Eu a conheci na Escola Normal de Taguatinga, era minha colega de sala. Eu, tímida e insegura. Ela, extrovertida e confiante. Sempre pronta, ela carregava um pasta com o necessário e o extraordinário que nunca era demais. Assumia as apresentações de trabalho com uma desenvoltura impressionante. Muitas vezes, eu me travesti de Edilene para enfrentar a vida, imaginando o que ela faria ou como agiria em tal situação. Tempos depois nos reencontramos dentro de um shopping. Ela olhava uma vitrine distraidamente. Pareceu-me triste. Contei-lhe sobre o faz de conta que eu usava para resolver meus problemas, imaginando ser ela. Edilene riu admirada e me agradeceu, pois estava vivendo uma fase difícil. Naquele momento, senti que havia devolvido algo que um dia ela me deu sem saber. Sorrimos e seguimos nossos caminhos para nos reencontramos na UNB. Eu concluía o Mestrado, ela o Doutorado. Estávamos mais felizes, mais inteiras. Costurando nossas vidas às teorias da Crítica Feminista. Ela foi para o Nordeste, eu para o Sul. Eu sabia um pouco dela, ela talvez não soubesse nada de mim. Hoje, o ciclo da vida se encerrou na vida dela. Eu presto a minha homenagem e gratidão. Edilene foi um presente em minha vida . De uma forma controversa, deixou muito dela em mim e contribuiu para eu ser quem sou. Descanse em paz, amiga e mestra!
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