Dalton dá o tom...
Não havia como ignorar o Dalton. Porejando saúde e bonachismo, aquele garoto mais pra nórdico do que pra caboclo não pegaria nem a reserva do time de futebol de sua turma, que, talvez tenha sido a mais homogênea e talentosa que o GENEP, depois CEMAO - acrônimos do nosso ginásio pitanguiense - tenha conhecido. Tiãozinho, Valdir, Ivan, Rachid, Procópio, el Boca, pra citar só seis deles, pareciam ter vindo de outra Galáxia. Ganhavam tudo.
Minha turma ginasial, um ano à frente, apesar dos dignos esforços de um Bécaud, dois Marcos - Saldanha e Bilico - Eládio, Fifi, Santiago, Caxineta, Tode, ficávamos uns furos atrás. Minha sorte é que na falta de banco, eu tinha a dispensa permanente. Formámo-nos em 1965. E como saí, de fresco, para outras plagas, Divinópolis, Belo Horizonte, Brasília e alhures, só fui reencontrar o Dalton já sessentão como eu, e cervejeiro como poucos, nos encontros dos Pitanjánãotãoguapos, pero muy regios, a partir de fins de 2014, quando regressei à capital mineira e maneira, com o propósito de jair pendurando as chuteiras, e me agarrando às chopeiras...
Nesses encontros mensais e itinerantes, Dalton chegou a ser quase regular, chegando sempre no segundo tempo. E pudemos reatar elementos e fermentos (seu pai, Adail Carvalho, foi padeiro) de nossa infância comum e de andanças pela vida. Um dos traços do Dalton, além dos agora old blue eyes era o gosto pela motovelocidade, que certamente lhe valera muitas aventuras e alguma desventura...Moto é coisa contínua...
O recente passamento do conterrâneo - apesar de mais pra nórdico - colega e amigo deixou a comunidade enlutada, e muitas foram as manifestações de esperança pela sua cura, e de simpatia pela pela perda, para nós todos, sempre prematura. Os que com Dalton conviveram mais de perto prodigalizam-se em testemunhar o quanto valeu conviver com esse pitanguiense ilustre, reto, e amigo, do Carvalho.