SONETO DO DESEQUILÍBRIO
Um tempo num passado tão distante
Nossas mãos e corpos nus se encontravam
Hoje distantes quais judeus errantes
Quartos mudos que só sonhos povoavam.
E o brilho maior que foi nosso lume
Ilumina e inebria outros amores
Os meus olhos marejam em queixume
Meu sonho delirante ofega em dores.
Padeço ao escutar a sua voz
Por que sei que é fruto do meu delírio
Meu descanso é também o meu algoz.
Pois nele me amarras em martírio
A noite ora lenta e ora veloz
Tirando-me o que resta de equilíbrio.
Maria Madalena de Jesus Gomes
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