SONETO DO DESEQUILÍBRIO  

Um tempo num passado tão distante  
Nossas mãos e corpos nus se encontravam  
Hoje distantes quais judeus errantes  
Quartos mudos que só sonhos povoavam. 

E o brilho maior que foi nosso lume  
Ilumina e inebria outros amores  
Os meus olhos marejam em queixume  
Meu sonho delirante ofega em dores.

Padeço ao escutar a sua voz  
Por que sei que é fruto do meu delírio  
Meu descanso é também o meu algoz.

Pois nele me amarras em martírio  
A noite ora lenta e ora veloz  
Tirando-me o que resta de equilíbrio.  

 

   Maria Madalena de Jesus Gomes


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Maria Madalena de Jesus Gomes ©
Enviado por Judd Marriott Mendes em 23/04/2018
Código do texto: T6317298
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