MULHER, TU ÉS MARÉ
A mulher bem que se assemelha ao mar:
por seu corpo sinuoso, mutáveis ondas;
pela indomável destreza em nos arrastar,
por suas trompas cada vez profundas.
Por seus ovários, quase sempre férteis;
pelos seios doce-salgados, fertilizantes;
ora aparentando crescente maré cheia,
ora vazia, esguia, grávida, ora vazante.
Incansáveis, nadamos sobre sua beleza
e mergulhamos em suas profundezas,
onde coabitam golfinhos e tubarões.
Inda nela comoram prazer e desilusões.
Tem luas, regras e tensões renováveis,
como as mais precisas tábuas das marés.
Fernando A Freire
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