GUSTAVO CORÇÃO

Eu o descobri tardiamente, em 1968. Durante dez anos, até sua morte, colecionei os brilhantes artigos que GC publicava duas vezes por semana no jornal "O Globo". Procurei ler seus livros, pude conhecer vários como "A descoberta do outro" (autobiografia espiritual; história de sua conversão ao Catolicismo); "Lições de abismo", "Claro escuro", "Três alqueires e uma vaca", "Dois amores duas cidades" (dois volumes), "O século do nada", "O desconcerto do mundo".
Gustavo Corção (Rio de Janeiro, 13 de dezembro de 1896 - 6 de julho de 1978) foi um dos mais brilhantes escritores católicos do Brasil. Dono de uma pena penetrante, era uma inteligência rara e um grande coração. Em seus últimos anos, sacrificou amizades e posições cômodas para não aderir à heresia progressista que contaminara em grande parte o ambiente católico. Sofreu incompreensões, perseguições, mas já próximo da cegueira ainda assim fundou e conduziu a revista "Permanência", trincheira de ortodoxia onde batalhou o bom combate pela Fé ao lado de Gladstone Chaves de Melo, Alfredo Lage, Padre Ludovico Rosano e outros heróis modernos.
Corção era professor, engenheiro eletrônico e um dos inventores brasileiros, ao lado de Santos Dumont, Manuel de Abreu e do padre Roberto Landell de Moura. Entre outras criações, Corção inventou o órgão eletrônico.
Seu melhor livro provavelmente é "O século do nada", publicado em 1973 e já em plena refrega com os católicos que se venderam ao socialismo e seus erros. Também altamente recomendável é o volume duplo de "Dois amores: duas cidades" onde discorre sobre a decadência da civilização cristã.
É um grande brasileiro que não pode ser esquecido.

Rio de Janeiro, 12 de abril de 2018.