O SILÊNCIO DA GAIVOTA... (MARIELLE FRANCO... HOJE... E SEMPRE)

Calou-se neste momento o sonido daquela bela gaivota morena

Tão diferente das outras!

Tão airosa... e ao mesmo tempo... tão valente... corajosa!

Eterna cria da Maré

E como neste instante voa para o mais alto!

A elevar-se da terra... de sua terra!

Ao que em soluços suspiram agora por seus prantos...

Suas irmãs companheiras...

A guardar em seus peitos a imagem que dela ficou

Ah, o Brasil está de luto

E o mundo chora... mais uma vez

Oh nefastas mãos que dispararam contra ela!

E quantas vezes já igualmente fizeram!

A derramar tantos inocentes sangues

A jorrar sob o solo de nossos pés

Pelos bárbaros de todos os tempos

Amantes do ódio... escravos da mentira

Inimigos da paz e da verdade

Filhos do mal

E destarte vai ela...

Encantadora ave!

Tão formosa... tão bela... a que era!

Mas... não será pois para sempre?

De su’alma a que não se cala em nossas noites sombrias

Pelos muitos que seus medos em tal grau os devoram

Do pavor que têm de a verdade dizer

E por ela ofertar, pois suas vidas... dormentes a agônicas vidas

Porém... não daquela alad’alma... para sempre viva!

Do ardor de su’essência a que jamais se calará

Visto que uma mordaça pode até abafar seu sonido

Mas a verdade não permite... nem se deixa silenciada ser

Então voe

Voe para o mais alto dos céus

Ó formosa gaivota

Talvez a terra não seja mesmo o teu lugar

Mas não deixais de rogar por nós

Ao tanto que aqui... nesta terra corajosamente fez!

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 16/03/2018
Reeditado em 03/07/2018
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