O SILÊNCIO DA GAIVOTA... (MARIELLE FRANCO... HOJE... E SEMPRE)
Calou-se neste momento o sonido daquela bela gaivota morena
Tão diferente das outras!
Tão airosa... e ao mesmo tempo... tão valente... corajosa!
Eterna cria da Maré
E como neste instante voa para o mais alto!
A elevar-se da terra... de sua terra!
Ao que em soluços suspiram agora por seus prantos...
Suas irmãs companheiras...
A guardar em seus peitos a imagem que dela ficou
Ah, o Brasil está de luto
E o mundo chora... mais uma vez
Oh nefastas mãos que dispararam contra ela!
E quantas vezes já igualmente fizeram!
A derramar tantos inocentes sangues
A jorrar sob o solo de nossos pés
Pelos bárbaros de todos os tempos
Amantes do ódio... escravos da mentira
Inimigos da paz e da verdade
Filhos do mal
E destarte vai ela...
Encantadora ave!
Tão formosa... tão bela... a que era!
Mas... não será pois para sempre?
De su’alma a que não se cala em nossas noites sombrias
Pelos muitos que seus medos em tal grau os devoram
Do pavor que têm de a verdade dizer
E por ela ofertar, pois suas vidas... dormentes a agônicas vidas
Porém... não daquela alad’alma... para sempre viva!
Do ardor de su’essência a que jamais se calará
Visto que uma mordaça pode até abafar seu sonido
Mas a verdade não permite... nem se deixa silenciada ser
Então voe
Voe para o mais alto dos céus
Ó formosa gaivota
Talvez a terra não seja mesmo o teu lugar
Mas não deixais de rogar por nós
Ao tanto que aqui... nesta terra corajosamente fez!