TEMPO PARALELO
Tarde colorida e frenética.
Estudantes saem do majestoso Regente Feijó,
Onde há trinta anos eu aprendi Fonética.
Universitários, com suas pastas a desfilar,
Abrem-me o arquivo da memória:
Sonhos, fé, esperança, objetivos a alcançar...
Quem de nós não projetou uma trajetória?
A praça Barão do Rio Branco, partida ao meio,
Lembra-me dos domingos, com roupas novas.
A Igreja do Rosário, onde nos anos setenta
Rezávamos antes das provas,
Acolhe a nova geração, com sua moderna vestimenta.
A juventude caminha em algazarra ,
Falando ao celular.
Para nós, também, tudo era farra,
Até ao recitar “Vou-me Embora pra Parságada,”,
Do imortal professor e escritor Manuel Bandeira.
Nossa! Em Parságada tinha telefone automático???!!!
A tarde festiva me conduz à Avenida Vicente Machado,
Que não perdeu a sua majestade.
Continuo a percorrer os caminhos do tempo
E chego a uma conclusão:
Como é bom viver nesta cidade!
(Observação: o poema é uma homenagem à cidade de Ponta Grossa, localizada no estado do Paraná, região sul do Brasil).