JIRAU DOS CÉLEBRES: CAROLINA MARIA DE JESUS
CAROLINA DE JESUS: A FORÇA DE UMA FAVELADA
Carolina Maria de Jesus (Sacramento 1914 – São Paulo 1977), escritora mineira, que se celebrizou devido ao seu livro “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, publicado em 1960.Considerada uma das primeiras e mais importantes escritoras negras do Brasil, Carolina morou por muito tempo na favela do Canindé, na zona norte de São Paulo. Como catadora de papel Carolina criou seus três filhos . Descoberta em 1958 pelo jornalista Audálio Dantas , a escritora conseguiu publicar seu primeiro livro “Quarto de Despejo” Com o dinheiro do livro, a autora melhorou de vida e se mudou da antiga favela. Chegou a publicar outros livros, mas nenhum repetiu o enorme sucesso de sua primeira publicação. Publicado em 1960, a tiragem inicial de Quarto de Despejo foi de dez mil exemplares e esgotou-se em uma semana. Desde sua publicação, a obra já vendeu mais de 1 milhão de exemplares e foi traduzida em 14 línguas, fazendo dele um dos livros brasileiros mais conhecidos fora do Brasil. Depois da publicação, Carolina teve de lidar com a raiva e a inveja de seus vizinhos, que reclamaram de ter suas vidas colocadas no livro sem autorização. Ao mesmo tempo em que trabalhava como catadora de lixo, registrava o cotidiano da comunidade onde morava nos cadernos que encontrava no lixo, os quais somavam mais de vinte. Um destes cadernos, um diário que havia começado em 1955, deu origem ao seu livro mais famoso, Quarto de Despejo: Diário de Uma Favelada, publicado em 1960. O professor da USP Ricardo Alexino Ferreira caracterizou a escrita de Carolina como "direta, nua e crua, mas, ao mesmo tempo, suave. Postumamente, foram publicadas as obras Diário de Bitita, Meu Estranho Diário, Antologia Pessoal e Onde Estaes Felicidade. A pesquisadora Raffaella Fernandez ainda trabalha na organização do material inédito deixado por Carolina de Jesus em 58 cadernos que somam 5 000 páginas de textos: são sete romances, 60 textos curtos e 100 poemas, além de quatro peças de teatro e de 12 letras para marchas de Carnaval. Dos livros escritos acerca da autora, se destacam Cinderela negra: a saga de Carolina Maria de Jesus (1994), de José Carlos Meihy e Robert Levine; Muito Bem, Carolina!: Biografia de Carolina Maria de Jesus (2007), de Eliana Moura de Castro e Marília Novais de Mata Machado; Carolina Maria de Jesus - Uma Escritora Improvável (2009), de Joel Rufino dos Santos; e A Vida Escrita de Carolina Maria de Jesus, de Elzira Divina Perpétua. A obra da autora foi alvo de diversos estudos, tanto no Brasil quanto no exterior.