Lembrando e Homenageando Manuel M.Barbosa du Bocage

Meu Ser Evaporei na Luta Insana

Meu ser evaporei na luta insana

Do tropel de paixões que me arrastava:

Ah! cego eu cria, ah! mísero eu sonhava

Em mim quasi imortal a essência humana!

De que inúmeros sóis a mente ufana

Existência falaz me não dourava!

Mas eis sucumbe Natureza escrava

Ao mal, que a vida em sua origem dana.

Prazeres, sócios meus, e meus tiranos!

Esta alma, que sedenta em si não coube,

No abismo vos sumiu dos desenganos

Deus, ó Deus!... quando a morte a luz me roube,

Ganhe um momento o que perderam anos,

Saiba morrer o que viver não soube.

Manuel Maria Barbosa du Bocage
Enviado por Quo Vadis em 02/02/2018
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