Dá Licença Dona Rosa…(Série Ode Em Casa) ROBERTA LESSA
Ô de casa...
Dá licença?
Senhora Dona Rosa: querida, sábia e luminosa poeta das letras por hora incabíveis no envelopado silêncio dos homens incultos na arte da boa escrita: atenta às suas palavras tão bem postas, ouso arriscar homenagear-lhe o talento.
- Soube das palavras e de todas formas à elas ainda por serem dadas, e de imediato a poesia se fez ato...
- Coube à elas, as palavras, saírem das métricas léxicas que as deixavam anoréxica do criar, distanciando o ser de seu próprio porvir...
- Houve de imediato um ato falho de minha parte, admito: reler e tentar compreender com a mente. E credito à isso minha tal inexperiência na escrita enriquecida de novas e necessárias linguagens e formas...
... e assim o fez com esmero, a rósea poeta, e com o desajuste devido, necessário e essencial de uma verdadeira dona de palavras, escreveu. Tão ensimesmada nem se percebe enquanto tal, poeta; pois tal e qual seu instrumento poético maior não mais cabe em si e se esvai em brumas de saberes que não se prendem jamais ao ilusório universo da normalidade forçada gerada em função dos que se moldam e nutrem o compulsório e insaciável poder tão almejado por aqueles que se apropriam indevidamente dos libertários pores de sol que inspiram olhares, gestos e corações poéticos ...
- Sei dos pores do sol, são eles portais que geram liberdade aos que sabem onde reside o verdadeiro poder Sacral.
Saístes de sua própria estética, nobre escritora, para galgar através de outras fonéticas, dimensões que só o doces e poderosos poetas sabem, devem, ousam e conseguem acessar.
Quisera eu um dia lá estar à galgar também esses saberes, dizeres e fazeres que poucos tem privilégio de alcançar.
À todos deixo um infinito abraço munido de desejos de que tenhas um natal pleno de harmonia interior, entre os seus e todos os demais que tanto dela necessitam...
Com "A" de Afeto!