Pai Pescador na Fé - Homenagem José Olah Filho

Pai Pescador na Fé

19 de Dezembro de 2008 completaram dois anos que os anjos levaram meu pai para o céu, fiz um texto em homenagem a ele.

Se meu pai voltasse... Eu iria pescar com ele!

Meu pai foi "pai na fé" de muitos na Igreja Batista de Vila Dirce. Inclusive eu. "Pai na fé", no sentido espiritual, é aquele que primeiro proclamou o Reino de Deus e gerou filhos espirituais, novos convertidos por causa do evangelho de Jesus Cristo.

Nosso pai espiritual já se foi, levado por dois anjos para: “O céu é um lugar maravilhoso! Cheio de glória em gozo", como nos ensinou a cantar. O Pastor José Olah se tornou Pai dos crentes da igreja. Como Paulo se tornou pai dos crentes das igrejas que ele como apóstolo lançou o fundamento que é Cristo.

Posso dizer que o Pastor José cuidou da igreja como um pai que ama seus filhos porque lá em casa foi assim também. Sou seu filho duas vezes. Um pai se compadece, corrige, orienta, educa, dá segurança, mostra limites.

Quando quebrei o braço numa competição de corrida de bicicleta, logo achei que no mínimo uma "bronca" iria levar. Afinal de contas viajamos de férias 150 km e tínhamos acabado de chegar à casa dos primos.

No caminho para o Pronto-Socorro meu pai teve mansidão e se compadeceu de um filho de 10 anos. Minha "burrice" foi de não se desviar do poste na calçada da praça e fraturar os dois ossos do braço esquerdo. Que por pouco não teve fratura exposta.

Meu pai me corrigiu incontáveis vezes com firmeza e ternura.

_Coloque sempre as duas mãos no volante do carro quando estiver dirigindo. Dizia ele quando meu braço estava esticado para fora da janela do carro. Também meu braço parecia um remo num barco.

Nas pescarias, a educação veio na prática: meu pai não era teórico. A respeito de planejamento ele me ensinou mandando pegar minhoca num dia anterior da pescaria. Ensinou-me perseverança esperando várias horas uma beliscada de um peixe qualquer.

Ensinou-me que pescaria não é só para "pescar" peixes. É também para pescar a admiração da natureza, pescar o canto dos pássaros, pescar a tonalidade da cor do verde do mato, pescar meditação, pescar silêncio para reflexão, pescar bom humor com outros companheiros de pesca.

Ensinou-me a pescar disciplina na espera de uma "beliscada", pescar com um olhar as variedades coloridas das borboletas ao nosso redor, pescar um silêncio na mente e acalmar o corpo.

Meu pai demonstrou que se vamos sacrificar alguns peixes para o nosso deleite no jantar. No almoço durante a pescaria o nosso sacrifício seria somente: pão, banana, pepino com sal e água.

De volta para casa, o Fusca vermelho deveria ser lavado, pois, o dia seguinte seria cheio. Domingo de culto, visitas, conversas, reuniões e muita comunhão com os nossos irmãos na fé.