2 de Dezembro de 2017.

2 de Dezembro de 2017

Neste dois de Dezembro eu espero que não seja uma mera nomenclatura de logradouro, de qualquer município. Mas que possa ser festejado como a data natalícia do nosso primeiro brasileiro depois da Independência do Brasil, quando todos os nascidos em solo brasileiro deixavam de sê-lo portugueses para se tornarem brasileiro por direito pátrio.

Nesta data festiva às 2,20h da madrugada, nascia no Palácio da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro aqui no Brasil, no ano de 1825, o futuro Dom Pedro II, nada mais, nada menos, que o infante Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança. Era de uma cultura exemplar tendo aulas com diversos mestres ilustres, escolhidos por seu tutor José Bonifácio. Estudou caligrafia, literatura, francês, inglês, alemão, geografia, ciências naturais, pintura, música, dança, esgrima e equitação. Na luta pela maioridade do imperador, então com 15 anos, no dia 23 de julho de 1840, Dom Pedro II é coroado Imperador. Os primeiros anos de reinado de Dom Pedro II foram de aprendizado político. Aplicava-se inteiramente aos negócios de Estado, exercia a risca a Constituição. Aos poucos o país se pacificava. No dia 3 de setembro de 1843, Dom Pedro II esperava no porto, sua futura esposa Teresa Cristina de Bourbon. O casamento era um arranjo político com Francisco I, rei das Duas Sicílias. Tiveram quatro filhos, mas só sobreviveram Isabel e Leopoldina. A vida na corte era calma. As portas do Palácio Isabel, hoje Palácio Guanabara, eram abertas quatro vezes por ano, ao corpo diplomático e à nobreza. O império que gozava de certa prosperidade econômica começou a perder o equilíbrio, com as guerras na região do Rio da Prata. As forças imperiais lutaram em 1850, contra Rosas e Oribe e em 1864 contra Aguirre. Em 1865, teve inicio a Guerra do Paraguai, que durou cinco anos e finalmente o Paraguai foi vencido.

Na década de 70, Dom Pedro II viajou duas vezes à Europa, deixando sua filha a Princesa Isabel como Regente. Em ambos os momentos a princesa resolveu causas difíceis. Em 1871, assinou a lei do Ventre Livre e em 1875 foi resolvida a Questão Religiosa. Em 1886, Dom Pedro adoece e parte novamente para a Europa. No dia 13 de maio de 1888, com a Regência da Princesa Isabel, é assinado o decreto que acaba com a escravidão no Brasil. No dia 15 de novembro de 1889, pela conjugação de interesses políticos, o governo imperial foi derrubado.

Infelizmente estava proclamada a República no Brasil.

Um Governo Provisório, de forma ingrata, deporta Dom Pedro intimando-o a deixar o seu torrão natal, dentro de 24 horas, expropriando seus bens móveis e imóveis, sem indenizá-lo, cometendo a maior injustiça até então impraticado.

Dom Pedro de Alcântara embarca com a família para Portugal. Era 17 de novembro de 1889, dois dias após a proclamação da República. Chegando em Lisboa no dia 7 de dezembro seguiu para o Porto, onde a imperatriz morreu no dia 28 do mesmo mês. Pedro, com 66 anos, segue sozinho para Paris, onde fica hospedado no Hotel Bedford, onde passava o dia lendo e estudando. As visitas à Biblioteca Nacional eram seu refúgio. Em novembro de 1891, doente não saía mais do quarto.

Morreu no dia 5 de dezembro de 1891, em consequência de uma pneumonia. Seus restos mortais são transladados para Lisboa, e depositados no convento de São Vicente de Fora, junto ao da esposa. Quando revogada a lei do banimento em 1920, os despojos dos imperadores foram trazidos para o Brasil e depositados na Catedral do Rio de Janeiro, em 1921. Em 1925, foram transferidos para Petrópolis.

Parabéns Dom Pedro II, pelos anos vividos em glória, como jamais outro estadista existiu.

Chico Luz

CHICO LUZ
Enviado por CHICO LUZ em 27/11/2017
Reeditado em 28/11/2017
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