HOMENAGEM A DOM QUIXOTE. SEJAMOS COMO ELE - superando o passado e indo em frente. Ironia à cavalaria e adesão ao sonho da utopia das minorias.
20 curiosidades de Dom Quixote
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O livro corre/escorre
o espaço ao fundo dos tempos,
a anos luzes de nosso tempo
no interior de um aparelho espacial,
um disco especial.
E está aqui - bem perto de estantes
nunca estanque
pois passa a cada passo
à frente ao apontar o futuro
num instante de devaneio do presente
real e virtual de nossa loucura sideral e geracional
passo ao passado: desapego ao romance de cavalaria ultrapassado;
hoje tantas ideologias, celulares nos roubando de nós,
distanciando de quem amamos,
perdendo a direção das estradas, acidentadas...
mídias cheias de mentiras que se querem verdadeiras, meu Deus,
para que tanto descalabro
para que tanta injustiça e não vemos nada?
E o memorial é bom a medida que não é saudosista!
Paul Ricouer dizia que o passado suga energias
e impede de viver o presente e sonhar o futuro.
Fazei isso em minha memória - disse Jesus.
É a coragem de ousar, de resistir à história das sombras,
buscar a verdadeira, a que se pulsa aqui dentro de cada um.
Irrepetível, inesquecível, irredutível, o efêmero vira eterno
se amar, perdoar, surpreender, acreditar que prostitutas
avançam mais como donzelas
que negros são gente
que as minorias são maiorias;
que as línguas são parceiras,
que as culturas modos de ser e estar no mundo...
Somos ora Quixotes, ora Pancha,
moinhos e gigantes, sistemas e coisificação e mercadoria,
homens e mulheres silenciados a gritar socorro com a natureza
atropelada pelo globalizador e neoliberal,
celular a nos jogar na luz azul e ícones
labirínticos e desejos mil,
esquecendo-nos de que(m) somos e viemos...
Montados em cavalos e válvulas
supermotores e carros,
foguetes e ônibus espacial...
E na terra como no céu,
não sabemos quais as vontades a fazer
a nossa ou as dos donos do poder
políticos, muitos corruptos e corruptores,
poucos, éticos e sabedores de etnias à margem da história.
e "fazemos a história sem saber..."
que a construímos",
enquanto os ídolos e capitais,
utopias desmancham nos ares.
"Creio na vida eterna,
na comunhão dos santos,
creio na ressurreição da carne",
do homem, no sonho de Jesus
e na escolha preferencial de Quixote pelos pequenos
em sua ridícula armadura cujo coração é esplendor e compaixão.
Creio que há lugar para o bom livro
e no uso ético da mídia e da mente humanas.