Alexia e Danuza

Nem no Sebo do Messias encontro mais a Playboy, de março de 1995, que trazia na capa - e no seu miolo, bien-sûr - a aliciante Alexia Dechamps, que tantos sonhos terá nutrido com a sua exótica beleza, e sua graça, de por e repor, cama e mesa.

Acionado, o google pesca cá, alhures e lá, trazendo uma abundância de informações, imagens e até vídeos dessa musa que povoou corações e mentes, tanto pelo seu excitante figurino quanto pela sonoridade de seu nome, que mesmo sem lê-lo, ou vê-lo, nele, depilado ou bem cuidado, sempre há apelo. Sem desmazelo.

E passadas mais de duas décadas dessa espetacular edição, que foi de 148 páginas e em formato, imaginem, brochura, quem ressurge é justamente outra musa, de tempos bem mais idos, Danuza, hoje mais reclusa, cujos mui apreciados escritos, contudo, e contado tudo, até nós chegam e se espalham de forma veloz, atroz.

Danuza, em sua crônica que vi hoje circular fala do tédio que virou a vida hodierna, onde todo mundo tudo pode. Coisas como viajar para o exterior, há poucas décadas privilégio duns poucos transformou-se nessa catadupa de loucos. Nada mais, nada mais - brada a musa Danuza - nada mais é exclusivo, ou dá tesão, como foi em seu tempo, em que mais que forte do que o prazer do viajar, situava-se o prazer de o narrar a uma platéia embasbacada, babada, a idolatrar seus feitos, seus jeitos, seus peitos...só pros zeleitos...

A esperança é o Messias - o do Sebo - que mais tarde ou mais sebo, poderá reconstituir seu estoque - e reafinar nosso visual enfoque...Afinal, quem não tem algo de escroque?

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 17/10/2017
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