ENTRE ROSAS
Tu passaste por mim, passaste e eu vi
Que as rosas do jardim, as castas rosas
Inclinaram as corolas perfumosas
Para saudar, minha princesa, a ti.
As tuas vestes leves, vaporosas,
Da casta cor de um casto bogari,
Rescendiam um perfume que eu senti,
Ser mais suave que o olor das rosas.
Ias sorrindo e o teu sorriso doce,
Teu sorriso gentil de mulher bela
Tinha a suavidade de um gorgeio.
Passaste ...o teu perfume evaporou-se...
Mas eu guardei ò tímida donzela
A tua imagem num suave enleio...
VICENTE ARAUJO - 24/06/1932
Envio para este site, como homenagem ao meu tio Vicente Fontenelle de Araujo, outro poema de sua autoria. Quando sua irmã morreu em 2008, muitos parentes levaram do seu apartamento todos os bens que julgavam valiosos. Um dia em visita ao imóvel totalmente vazio, encontrei apenas a caixa dos escritos do meu tio. Poemas, contos, crônicas datilografadas a oitenta anos. Páginas e páginas já amarelecidas pelo tempo. Na hora perguntei: “Mas isto aqui não é o espírito de toda a família? Será que ninguém percebeu?”
Paulo Fontenelle de Araujo 11/10/2017