JIRAU DIVERSO Nº 18
JIRAU DIVERSO
Nº 18 – agosto.2007
por Enzo Carlo Barrocco
A poesia amazonense de Celdo Braga
O POEMA
Sina de Porto
Meu chão pisado de sonhos
calejou no mesmo canto.
Seco de vida, meu pranto
é espera demorada.
Canoa calafetada
com o barro do meu destino,
não venceu a correnteza
dos rios de desafiei.
Sujeito à sina de porto,
vou esgotando a canoa
- olhos d´água borbulhantes
que um dia calafetei
O POETA
Celdo Braga, amazonense de Benjamin Constant, poeta e compositor, no convés da fragata desde 1952, é um escritor que mostra a essência da belíssima poesia amazônica. O comprometimento com a causa cultural amazonense tem em Celdo um dinâmico ativista. O poeta, também, desenvolve um excelente trabalho junto ao grupo “Raízes Caboclas”, projeto artístico musical centrado na temática da região, já que ele, também é compositor. A poesia do Norte do Brasil, diretamente de Manaus para o mundo.
***
ESTANTE DE ACRÍLICO
Livros Sugestionáveis
"Boa Terra"
Autora: Pearl S. Buck
Edição: Editora Abril Cultural
A vida de uma família camponesa na China com seus costumes e crenças. A riqueza de detalhes e a trama deste romance prendem o leitor e o leva a uma maravilhosa China dos anos 1920.
"13 Contistas da Amazônia"
Vários Autores
Edição: Editora Universitária – UFPA.
Treze contos selecionados no IX Concurso de Contos da Região Norte. Jovens contistas de Belém, de cidades do interior do Pará e Fortaleza – CE (este radicado em Belém), expondo seus trabalhos à consideração dos leitores.
"Otimismo em Gotas" (Citações e Poesias)
Autor: R. O. Dantas
Edição: Editora de Otimismo
Como o próprio nome sugere este livro é para ser consultado nos momentos especiais. Citações para todas as situações e de leitura agradabilíssima entremeadas com belíssimos poemas de vários autores.
***
A FRASE DI/VERSA
A palavra poética tem uma autoridade própria.
- Orides Fontela (São João da Boa Vista 1940 – São Paulo 1998) poeta paulista
***
DA LAVRA MINHA
PEDESTRE
Enzo Carlo Barrocco
Eu tenho tantas preocupações,
mas agora alguém mexe nos meus poemas.
- Esse poeta, pensam, é de nuvem!
É que desconhecem meus sapatos furados.
O vento passa complacente
e não leva minhas diversas inquietações.
O vendedor de algodão doce da pracinha alegre
deve dinheiro ao padeiro da rua.
Estou triste, presentemente, ninguém nota
e vou pensando na semana que vem.
O sol camba por trás dos prédios.
Escavaco moedas para a passagem do ônibus.
###