Dias de retrospectivas!
Quando se perde alguém a quem muito se quer, os dias que seguem (isto para sempre) vão ensinando a memória a desenhar, diariamente, todo o detalhe do que restou. E o coração, como não poderia deixar de ser, ora aquece, outras endurece e vai aos poucos aprendendo a viver apertadinho.
Quando se perde a presença, nos sonos também perdidos é quando se aproveita para projetar sonhos impossíveis; construir realidades ou ao menos recordá-las. Contudo, o que o coração do lado de cá, mais deseja, não é ficar bem e sim, que o outro (o nosso “outro”) esteja bem. Que não sinta a mesma dor que sentimos, que de nós não careça e que, inclusive nos esqueça, se for para o seu melhor.
Pensar que o tempo apaga é teoria pra quem não provou do que fala e se ocupa em explicar o que nem a prática consegue fazer.
Do lado de cá as perguntas prosseguem, os temores às vezes confundem o espírito e a saudade se agiganta de modo tal que somente Ele consegue apaziguar.
Por isto creio, e a cada dia com maior vigor, que sim, existe um Pai maior que nos deixa livres para navegar o rumo que desejamos, mas que está sempre por perto e, quando vê que a tormenta pode afundar o barco, nesta hora toma para si o leme e acalanta a correnteza.
Fácil não é e nem desejaria que fosse, já que tendo sido um ser tão ESPECIAL fincou raiz na alma e sua morada ainda se faz como antes. Por isto hoje, e a cada ano nesta data, a menção é a mesma e a gratidão também. Por ter sido a flor que brotou no meu jardim... por me ter dado a oportunidade de regá-la, de acarinhá-la e ajudar a ser “aquela a quem tanto admiraram”, mas a que somente eu (Pai e irmãos) pude ter. A que me ensinou/ensina um amor livre de egoísmos e cheio de superações onde “o essencial ficou invisível aos olhos”.
Já a alma...ah! ...esta fonte inesgotável de esperanças, vai de pouco em vez transformando tudo em sonhos que, não sabemos porque, insistimos em projetá-los reais, de um modo tal que somente quem experienciou o fato ousa fazê-lo.
Valeu/ vale cada pensamento e cada dia desfrutado. Saudades? Sim! Saudades, sempre!
(Minha eterna Clarisse)